Texto sobre uma foto de uma mãe africana Amamentando seu filho à beira de um caminho em direção a um campo de refugiados:
Do meu peito ainda escorre leite
E esse alimento ninguém pode calar,
Ninguém pode roubar, contrabandear, explorar.
Minha África intacta, livre,
Alimento dos seus filhos.
Mesmo que eu não coma, não beba,
Meu leite não vai acabar.
Podem tirar todo o meu sangue,
Rasgar nossas terras em busca de diamantes,
Rasgar nossas vísceras e nos contaminar;
Meu leite continuará a jorrar
e será alimento de todos os filhos dessa terra.
Mesmo se esse país virar um deserto
e nada restar de pé,
meu leite ainda escorrerá,
alimentando os frutos, as larvas, os filhos.
Porque aqui nasceu o primeiro homem,
Aqui que tudo começou.
E mesmo que o homem destrua o homem,
que o homem negue três vezes a sua origem,
meu leite ainda assim escorrerá
e não será branco, pardo, amarelo, vermelho ou
negro.
Meu leite será puro e transparente,
Correndo nos veios da Terra,
Abençoando todos os filhos sofridos da Mãe África.