AMAMENTAÇÃO e uso de CHUPETA no Brasil
RESUMO
Objetivo:
Determinar a relação entre o uso de chupeta e a duração da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de idade, entre crianças pobres que nascem com peso desfavorável, de uma região subdesenvolvida no Brasil.
Método:
Estudo prospectivo com lactentes acompanhados desde seu nascimento até os 6 meses de idade. Crianças saudáveis nascidas com peso desfavorável (< 3.000 g), sendo exclusivamente amamentadas, foram selecionadas de 8 maternidades - hospitais na cidade de Fortaleza (Brasil) entre novembro de 1996 e abril de 1997. Duas principais medidas foram usadas para o resultado:
1. tempo até parar de amamentar exclusivamente no primeiro mês e
2. e não estar em aleitamento exclusivo no sexto mês de vida.
A principal exposição foi o uso de chupeta no primeiro e sexto mês de idade. Dados foram coletados das maternidades dos hospitais e durante entrevistas realizadas em casa, usando questionários estruturados, por coletores de dados treinados e cientes dos objetivos do estudo, e analisados usando “análise sobrevivente” e o ” Cox Proportional Hazard Model”.
Resultados:
500 crianças foram registradas e 13% deixaram de ser acompanhadas no primeiro mês. A maioria das famílias tinha uma renda cinco vezes menos do que um salário mínimo. Um terço das mães eram adolescentes, um quinto estavam trabalhando fora de casa durante o sexto mês e a maioria participou das visitas de atenção pré-natal. Aproximadamente 60% das crianças estavam usando chupeta no primeiro mês.
Crianças usando chupeta eram mais propícias a parar a amamentação exclusiva pelo sexto mês numa taxa de 1,9%, comparada àquelas que não usaram chupeta, mesmo depois de controlar possíveis variáveis de confusão.
Conclusão:
O uso de chupeta foi associado ao término precoce da amamentação exclusiva no Brasil, entre crianças que nasceram com peso desfavorável, morando em uma área subdesenvolvida. Como um possível sinal de desmame precoce, o uso de chupeta pode ajudar aos profissionais da saúde a identificar as mães que necessitam ser aconselhadas mais profundamente para reforçar a prática da amamentação.
Artigo original publicado no Indian Journal of Pediatrics, Volume 72—March, 2005
prestigia os pesquisadores brasileiros.
Este artigo foi traduzido pela estudante Fernanda Chuva da Faculdade de Medicina – UFRJ – 3º período (I/2005), como uma das atividades da disciplina PINC – Programa de Iniciação Científica, sob supervisão do Prof. Marcus Renato de Carvalho