Leite materno é agente de proteção para prematuros
Apressadinhos – Bebê prematuro
Se o bebê é prematuro, a mãe também é. Por mais que esteja preparada para receber e cuidar do recém-nascido, a mulher que dá à luz antes do tempo se depara com um corpo ainda não amadurecido para ter o filho fora da barriga.
Os seios parecem estar fartos, mas a produção de leite é geralmente menor, porque os hormônios não tiveram tempo de trabalhar. O medo de perder a criança devido à fragilidade e à possível depressão — por não estar pronta para a chegada do bebê — também podem influenciar no insucesso da amamentação.
— As mães ficam desamparadas e sem estímulos, mas precisam saber a importância do leite materno— afirma a pediatra neonatologista Maria Emília Soares, responsável técnica do Banco de Leite do Hospital Fêmina.
Mesmo que os bebês não consigam sugar — fator muito comum porque eles têm os reflexos ainda pouco desenvolvidos —, as mães podem retirar o leite e contar com a ajuda do hospital para armazená-lo.
Na primeira fase do aleitamento, o leite da mãe pode ser oferecido em pequenas quantidades, de acordo com cada caso e supervisão médica, e aliado a outros componentes que fortalecerão o bebê. Mesmo prematuro, o alimento é cheio de nutrientes para suprir as necessidades do recém-nascido e age como um remédio devido aos fatores bioativos e componentes celulares que contém. Depois, o leite é administrado como parte alimentação, e não apenas como fator de proteção. Quanto mais cedo o processo, melhor.
Mais fortes
— Antes da 32ª semana, o reflexo do bebê é a lambida, então usamos técnicas
Outra atividade que ajuda as mães é o chamado bebê canguru, um momento em que os pequenos, sem roupa, são envolvidos no peito da mãe. Com o calor e os carinhos, eles vão, aos poucos, melhorando os laços afetivos e tendo reações surpreendentes.
Em vídeo, confira as dicas da enfermeira Rosemeli Guedes sobre amamentação:
Um guerreiro vencedor
Sou mãe do Luigi Vicenzo, (seu nome significa guerreiro vencedor). Ele nasceu de 28 semanas, com
Foi um período muito difícil, de muita ansiedade e frustração por não ter uma gestação normal. Hoje digo que tudo valeu a pena: o esforço para manter o leite e poder amamentá-lo quase três meses depois, a vida dentro do hospital (pois vinha pra casa só para dormir)
Hoje, o Luigi Vicenzo tem quatro anos. É uma criança perfeitamente normal, sem sequelas, muito inteligente e amável. Sei que ele é um milagre, como diz a pediatra dele, pois o normal nestes casos é a criança ficar com muitas sequelas.
Escrevi um livro que conta o meu dia a dia desde o dia que engravidei até um ano de idade do Luigi. Quando ele nasceu, procurava histórias de sucesso, mas não encontrava. Por isso escrevi para ajudar outras amigas que estão passando o mesmo que eu passei. Hoje, quando eu leio, penso no como conseguimos aguentar tudo isso. Deus nos dá força e nos ensina várias lições a cada dia!
Juliana, mãe do Luigi Vicenzo
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