Saúde vai distribuir informações sobre aleitamento materno para todo Paraná
A Secretaria da Saúde distribuirá para todos os municípios do Estado um material informativo contendo fotos e as informações básicas para profissionais de saúde, gestantes e mães. A produção do material foi feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef) em parceria com o Ministério da Saúde. A reprodução do material é feita pelo Governo do Paraná e são cerca de 6,5 mil unidades impressas.
“Trata-se de um belo manual prático que certamente auxiliará os profissionais de saúde, educadores e as mães paranaenses a desenvolverem os cuidados e as práticas necessárias para a amamentação e a fazerem com que seus filhos cresçam fortes e saudáveis. Esta é mais uma das ações que estamos promovendo”, avalia o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, que também é médico-pediatra.
Serão dois modelos distintos do manual, em formato de álbum seriado. O primeiro é grande, com 60 x 44 cm de medida, e será utilizado em grupos e consultórios. A segunda versão é menor e mede 28,2 x 23,2 cm, e foi feita para facilitar o manuseio e o transporte, como no caso dos agentes do Programa Saúde da Família. “A distribuição será feita para todos os municípios, regionais de saúde, maternidades, secretarias de saúde e educação, universidades, hospitais e unidades básicas de saúde”, explica a articuladora das ações de redução da mortalidade materno-infantil da Secretaria, Erlene dos Santos.
Para o Oficial de Projetos de Saúde e Desenvolvimento Infantil da Unicef, Halim Girade, o importante é o fortalecimento da família e suas competências, sobretudo no que diz respeito às crianças de zero a seis anos. Segundo ele, esta é uma tendência mundial e este álbum representa parte deste anseio. “Queremos que as famílias sejam agentes do seus próprio desenvolvimento”, afirma. O objetivo é o fortalecimento da família, suas competências juntamente com as crianças.
O material, que contém diversas ilustrações para facilitar o entendimento dos temas, oferece informações como as vantagens do aleitamento para o bebê, a mãe, o pai e a família, derruba mitos como o de que existem “leitos fracos” e ensina o posicionamento correto, técnicas e a preparação da amamentação, entre outros assuntos. “Às vezes o bebê só mama de um lado. Mas por que ocorre esse tipo de situação? Ele acostuma com uma das mamas e vai reivindicar sempre a mesma. Questões como estas são elucidadas e dão orientações sobre como resolver estes problemas. Ele serve tanto para as mães quanto para os profissionais de saúde e educação”, argumenta a coordenadora do programa de aleitamento materno da Secretaria, Palmira do Rosário.
O pediatra Polan Piotrovicz, coordenador do programa Saúde da Criança da Secretaria, reforça a importância da consulta após a alta hospitalar, que deve ser feita entre o 5º e 7º dia, para a avaliação global do binômio mãe e bebê. “Atualmente o maior componente da mortalidade infantil é o neonatal precoce com até seis dias de vida. Na primeira consulta o médico avalia a mãe, as condições de amamentação do recém-nascido, vitalidade, ganho de peso, choro, lesões de pele, além de esclarecer eventuais dúvidas”, explica. Para ele, o álbum é uma medida de grande utilidade para esclarecer dúvidas sobre a saúde infantil.
Amamentação
O leite materno não é fraco nem aguado, como algumas mães pensam. Ele muda a cada período. O colostro nos primeiros sete dias, que pode ter o aspecto de aguado ou amarelado, contém principalmente açúcares e água. O leite do final, como é conhecido, é rico em gorduras e proteínas para que o bebê cresça e engorde. É a mãe que insere outros alimentos, chás ou chupetas que acaba por amamentar menos e conseqüentemente produzir menos leite, podendo causar o desmame precoce. O tempo de amamentação varia de criança para criança. A mãe deve sentir quando o filho já mamou todo o leite que ela produziu. O bebê deve mamar do começo ao fim, sempre que necessitar.
Mas não é apenas o bebê que se beneficia com o aleitamento, a mãe também. Logo que a criança nasce e suga o peito, o útero se contrai prevenindo hemorragias, e favorecendo a cicatrização e a recuperação. A mãe que amamenta freqüentemente volta ao peso com mais facilidade. A amamentação também diminui gastos da mãe e do hospital. O risco de morte por pneumonia ou diarréia é, respectivamente, cinco e sete vezes maior em bebês não amamentados nos primeiros cinco meses de vida.
Mortalidade
O Governo do Paraná elegeu o combate à mortalidade materno-infantil como uma de suas principais bandeiras. Para isso está desenvolvendo uma série de ações em diversas esferas, como a impressão e distribuição destes álbuns seriados. Mas também está investindo R$ 24 milhões na construção de 65 Unidades de Saúde para Atenção Integral da Mulher e da Criança. No total, devem ser implantadas 130 unidades, além da compra dos equipamentos e auxílio no custeio para manutenção destas unidades. Serão profissionais de saúde especializados e com equipamentos adequados para o acompanhamento das gestantes e seus bebês.
A Secretaria também negocia com os Consórcios Intermunicipais de Saúde a implantação de mais 16 Centros de Referência para Atenção à Mulher (Ser Mulher) com atendimento integral e multidisciplinar. Após finalizar este processo, cada uma das 22 Regionais de Saúde deverá ter uma unidade, assim como as novas casas de apoio a gestantes que estão sendo implantadas. Estes locais servem para que pessoas com domicílio de difícil acesso aos hospitais, como no caso de residências em distritos rurais, não precisem fazer deslocamentos constantes. Atualmente existem cinco e outras 17 serão equipadas. Além disso, as casas de apoio irão receber auxílio-mensal de R$ 2,5 mil para manutenção.
O programa também prevê a oferta de medicamentos para o tratamento das gestantes com toxoplasmose congênita – que pode levar à cegueira completa da criança e equipamentos para bancos de leite humano, em cada uma das 22 RS, além de assessorar na estruturação dos bancos.
O Governo também repassou cerca de R$ 1 milhão para a Pastoral da Criança. O valor é destinado a despesas de custeio visando realizar ações que contribuam para as estratégias na redução da mortalidade materno-infantil.