Nas maternidades, as mamães de primeira viagem ainda são orientadas de que o recém-nascido mama a cada três horas. Daí que muitas mulheres ficam cheias de dúvidas quando chegam em casa. Se o bebê mamou há uma hora, por exemplo e começa a chorar (mas não é cólica e está limpinho), a mãe deve tentar distrair o bebê até o horário da mamada ou deve oferecer o peito?

Os bebês choram por vários motivos e os pais devem realmente “checar” o motivo do choro, não sendo outro, devem dar o peito, mesmo que seja uma hora depois da última mamada.

O leite materno tem 97% de água e por isto é facilmente digerido, ao contrário do leite de vaca – base das fórmulas infantis (leites modificados) que são de difícil digestão e demoram 3 horas para o esvaziamento gástrico.

A recomendação destas maternidades que não são “Amigas da Criança”, que não cumprem os 10 passos para o sucesso do aleitamento, isto é, que não tem suas equipes treinadas e atualizadas para apoiar o estabelecimento da amamentação, que deve ser sem horários, em livre demanda.

Conforme o recém-nascido cresce, ele pode sentir mais fome e diminuir o intervalo entre as mamadas?

O recém-nascido dorme em torno de 20 h por dia porque tem uma “reserva”. Quando esta reserva acaba, ele pode sentir mais fome e mamar “toda hora”.

No início as mamadas podem ser longas (20 minutos em cada peito?), mas à medida que vai crescendo, ele vai mamando com mais vigor. Aos 3 meses de idade, ele pode mamar só 3 minutos em cada peito e fazer intervalos maiores – de 2-3 horas durante o dia e 4-6 horas à noite.

Quais as vantagens da livre demanda?

É atender as necessidades calóricas e emocionais do lactente e permitir um crescimento ótimo com aleitamento materno EXCLUSIVO – sem água, chás ou complementos.

Há desvantagens para a mãe e o bebê?  Há mulheres que reclamam que com a livre demana o bebê só quer ficar no colo…

Os bebês precisam de colo, de contato – isto também é alimento para eles. Estão na fase psico-sexual oral e sentem muito prazer em sugar. Os lactentes estão em uma fase de ganhar 700-800 gramas por dia – em uma velocidade de crescimento muito grande e precisam de muita “comida”.

Como dizia Frederic Leboyer (médico francês que criou o parto Leboyer)

“Ser carregadas, embaladas, acariciadas, tocadas, massageadas, cada uma dessas coisas é alimento para as crianças pequenas. Tão indispensáveis, se não mais, que vitaminas, sais minerais e proteínas. Quando privadas de tudo isso e do cheiro e do calor e da voz que tão bem conhecem, as crianças, ainda que estejam fartas de leite, se deixam morrer de fome”.

 

 

 

 

Como surgiu a ideia de desenvolver o aplicativo de aleitamento materno para celulares e tablets?

 Alunos de designer da PUC me procuraram para fazer um trabalho que fosse útil – de saúde e nutrição, que pudesse ajudar mães e pais a proporcionarem o que há de melhor para os seus filhos.

Testamos vários modelos e chegamos a conclusão de que o apoio e promoção do aleitamento materno seria o melhor. Convocamos para compor a equipe 2 estudantes de informática/programação de computação da UFRJ.

E o aplicativo – uma ferramenta sempre à mão, que poderia acompanhar estes pais em todos os lugares, tirando dúvidas, incentivando…

Há quanto tempo foi criado?

Depois de um ano de trabalho, foi lançado em abril desde ano – 2012.

Como funciona?

Muito fácil – com interfaces com manuseio ao toque, onde ela encontra várias “seções”: Guia prático, perguntas frequentes, diário do bebê, cronometro, bancos de leite em todo o Brasil, vacinas, notícias atualizadas, acesso à sites.

 

Saiba como funciona o aplicativo para iPhone, iPad e iPod

 

 

 

 

A maioria dos pais tem dúvidas em relação ao crescimento do bebê. Dentre as muitas questões envolvidas, a amamentação sempre aparece em destaque. Por esse motivo, foi desenvolvido um aplicativo para iPhone, que traz um guia seguro sobre amamentação supervisionado por um pediatra. Com apenas quatro meses no ar, o aplicativo já vem sendo usado por quase 7.000 mamães. 

“Nosso aplicativo é totalmente a favor da livre demanda, apesar de conter um cronômetro. São dois conceitos que não se excluem, por alguns motivos”, explica o dr. Marcus Renato de Carvalho:

– O cronômetro não possui uma contagem regressiva, e sim um simples contador. Ou seja, não há essa pressão de saber quanto tempo falta, até porque a amamentação não tem horários (não é de 3/3h ou “tantos minutos” em cada peito);

– Não possui um alarme. Isso, de fato, atrapalharia a relação mãe-filho com um som estridente desnecessário;

– Não há uma “tabela” de recomendação do tempo de mamada por idade, já que isto não existe e não combina com a psicofisiologia da lactação.

Perceba que há uma diferença entre a pergunta “Meu bebê mamou por quanto tempo?” e “Por quanto tempo deve mamar meu bebê?”. Nosso cronômetro responde apenas a primeira questão; a segunda não faz parte de nossa filosofia.

Como é possível notar, o dispositivo pode (e não deve) medir o tempo da mamada em cada seio, ou nos dois simultaneamente, em caso de gêmeos. É apenas um dos parâmetros caso haja dúvida de quanto tempo o lactente mama durante um dia, ou se mama mais a direita do que a esquerda, por exemplo.

Também pode servir como um dos indicadores de avaliação se o seu bebê não estiver ganhando peso suficiente.

É muito importante ressaltar que, assim como em qualquer situação na vida, a mãe tem liberdade de escolha. Caso ela não queira se sentir “presa” mexendo nesta função enquanto amamenta, têm-se duas opções: marcar o tempo depois no botão de (+) no canto superior direito ou simplesmente não usar. A utilização do cronômetro é facultativa, não é para atrapalhar, “normatizar” ou “regular” as mamadas, e sim mais um instrumento de suporte.

Além disso, o aplicativo também conta com um diário para a mamãe registrar os momentos especiasi com seu bebê, mapa para ajudar a localizar estabelecimentos essenciais que dão suporte ao aleitamento materno, como Bancos de Leite Humano, calendário de vacinas, dicas e respostas para as dúvidas mais comuns da mamãe.