Avaliação externa e auto-monitoramento da
Iniciativa Hospital Amigo da Criança no Brasil
Autoras: Renara Guedes Araújo, Vânia de Matos Fonseca, Maria Inês Couto de Oliveira e Eloane Gonçalves Ramos
Essa investigação acaba de ser publicada no
International Breastfeeding Journal (2019)
Antecedentes:
No Brasil, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) propõe seguir os critérios “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”, o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL) e boas práticas de parto e nascimento. As maternidades brasileiras amigas da criança são reavaliadas trienalmente por avaliadores externos e anualmente por auto-monitoramento. Este estudo teve como objetivo verificar se o sistema de auto-monitoramento cumpre seu papel de permitir que os hospitais credenciados avaliem e melhorem sua performance com os critérios da IHAC. Nesse sentido, analisaremos os resultados da avaliação de auto-monitoramento e comparando-os com os da reavaliação externa.
Métodos:
Estudo de avaliação descritiva do atendimento aos critérios da IHAC pelos hospitais brasileiros amigos da criança, por avaliadores auto-monitorados de 2010 a 2015 e por avaliadores externos em 2015.
Resultados:
O auto-monitoramento foi realizado em todos os anos de 2010 a 2015 por 143 Hospitais credenciados pela IHAC. A tendência dos níveis de conformidade com os critérios da IHAC, de acordo com as avaliações de auto-monitoramento, foi estável ao longo do período avaliado. A maioria dos critérios apresentou coerência acima de 70%, com exceção do Passo 4 (contato pele a pele e amamentação na primeira hora de vida), com complacência média de 67%.
Os passos 1 (política escrita), 7 (alojamento conjunto) e 9 (sem necessidade de bicos artificiais) mostraram conformidade média acima de 90%. Em relação à avaliação externa realizada em 2015, os critérios de menor cumprimento foram o Passo 4 e o Cuidado Amigo da Mulher, ambos abaixo de 50%. Os passos 9 e 10 (referem as mães aos grupos de apoio à amamentação) atingiram níveis de conformidade acima de 90%. Para 2015, o auto-monitoramento proporcionou níveis significativamente mais altos de conformidade do que aqueles das avaliações externas na maioria dos critérios, exceto o passo 3 (informação pré-natal sobre amamentação) e o passo 10. Houve uma diferença de mais de 30% entre as avaliações do passo 1 – (política), 2 (treinamento), 5 (mostrar às mães como amamentar), Cuidados com a Mulher e pai ou mãe ficar com o recém-nascido.
Conclusões
O sistema de auto-monitoramento cumpriu parcialmente seu papel de permitir que os hospitais credenciados auto-avaliassem e melhorassem as taxas de conformidade com os critérios da IHAC. Futuros treinamentos de gerentes de hospitais precisam abordar as dificuldades e identificar soluções para melhorar a implementação dos Passos 4 e 6.
Palavras-chave: Aleitamento materno, Sistema, Monitoramento, Avaliação do programa, Maternidade, Avaliação normativa, Iniciativa hospital Amigo da Criança – IHAC = BFHI.
(Tradução livre por Marcus Renato de Carvalho)
External evaluation and self-monitoring of the Baby-friendly Hospital Initiative’s maternity hospitals in Brazil
Background:
In Brazil, the Baby-Friendly Hospital Initiative (BFHI) proposes following the criteria, the “Ten Steps to Successful Breastfeeding”, International Code of Marketing of Breast-milk Substitutes and Good birth and delivery practices. Brazilian Baby-Friendly Hospitals are reassessed triennially by external evaluators and annually by selfmonitoring. This study aimed to verify if the self-monitoring system fulfills its role of enabling accredited hospitals to assess and improve their compliance with the BFHI criteria. In this sense, we will analyze the self-monitoring evaluation results and compare them with those of the external reassessment.
Methods:
This descriptive evaluation study of the compliance with the BFHI criteria by the Brazilian Baby-Friendly Hospitals by self-monitoring evaluators from 2010 to 2015 and by external evaluators in 2015. Results: Self-monitoring was performed in all years from 2010 to 2015 by 143 BFHI accredited hospitals. The trend of the levels of compliance with BFHI’s criteria according to self-monitoring evaluations was stable over the assessed period. Most criteria presented compliance above 70%, except Step 4 (skin-to-skin contact and breastfeeding in the first hour of life), with mean compliance of 67%. Steps 1 (written policy), 7 (rooming-in) and 9 (give no artificial teats) showed mean compliance above 90%. Regarding the external evaluation carried out in 2015, the criteria with lowest compliance were Step 4 and Woman-Friendly care, both below 50%. Steps 9 and 10 (refer mothers to breastfeeding support groups) reached levels of compliance above 90%. For 2015, self-monitoring provided significant higher compliance levels than those from external evaluations in most criteria, except Step 3 (prenatal information on breastfeeding) and Step 10. There was a difference of more than 30% points between evaluations of Steps 1 (written policy), 2 (training), 5 (show mothers how to breastfeed), Woman-Friendly Care and father or mother stay with their newborn.
Conclusions:
The self-monitoring system fulfilled partially its role of allowing accredited hospitals to self-assess and improve rates of compliance with BFHI criteria. Future trainings of hospital managers need to address difficulties and identify solutions to improve implementation of Steps 4 and 6.
Keywords:
Breastfeeding, System, Monitoring, Program evaluation, Maternity hospital, Normative evaluation, Baby-friendly hospital initiative.
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