ANTICONCEPCIONAL DA AMAMENTAÇÃO ALIVIA CLIMATÉRIO
Mini-pílula (de hormônio único) melhora o humor na pré-menopausa
Irregularidade no ciclo menstrual, irritabilidade, nervosismo e insônia são os principais sintomas do climatério (a fase que antecede a menopausa). As queixas começam a partir da oscilação ou da deficiência de hormônio progesterona. Para as mulheres na faixa de 40 a 50 anos que ainda não precisam de reposição hormonal, mas não querem viver de mau humor, uma saída pode ser tomar a míni-pílula de baixa dosagem e com apenas um hormônio (progesterona), muito usada por mulheres que estão amamentando seus bebês e não desejam engravidar.
A pílula da amamentação é um progestágeno (droga semelhante à progesterona naturalmente produzida no organismo) e pode ser usada por mulheres na pré-menopausa. Os médicos não costumam receitar pílulas à base de estrogênio durante o aleitamento materno porque podem diminuir a produção do leite e causar alterações hormonais. – Nos casos de mulheres na pré-menopausa que ainda não apresentam deficiência hormonal de progesterona, esse tipo de pílula pode ter boa indicação. Se há apenas oscilação hormonal, a pílula de progesterona diminui essa variação, melhorando o humor e prevenindo a piora de outros sintomas – diz a endocrinologista Amanda Athayde, do Departamento de Endocrinologia Feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Medicamento normaliza o ciclo menstrual. De acordo com a SBEM, quando a mulher percebe que a sua menstruação já não é tão regular (no climatério) como antes, provavelmente é a hora de iniciar a reposição da progesterona. E com o uso deste hormônio, o ciclo menstrual é normalizado, pois a mulher estará recebendo o que o ovário não conseguia mais fabricar. Quando ela não consegue menstruar com a inclusão só da progesterona e se queixa de calores e de secura vaginal, por exemplo, é hora de incluir o hormônio estrogênio ao tratamento, seguindo a orientação médica.
Há vários tipos de estrogênio e de progesterona. Os endocrinologistas são favoráveis a uma reposição baseada na fisiologia do organismo, ou seja a progesterona e o estrogênio naturais, usados na mesma dose que o ovário estaria fabricando. A TRH pode ser feita por tempo indeterminado, desde que a mulher seja acompanhada semestralmente e submetida aos exames de imagem. A principal contra-indicação é para pacientes com câncer dependente de estrogênio (ovários, mama e útero). O uso de progesterona também é discutível no caso de pacientes sem útero. Segundo o Colégio Americano de Obstetras e Cirurgiões, a mulher que retirou o útero não precisa de progesterona.
Jornal O GLOBO – 9 II 2003