MÃES AMERICANAS COMEÇAM a TERCEIRIZAR a AMAMENTAÇÃO
“Outsourcing Breast Milk”
Reportagem de Jeninne Lee-St. Jonh da “Times” publicada na ”Isto é” de 2 de maio de 2007 denuncia que mulheres dos Estados Unidos estão contratando nutrizes, amas-de-leite para amamentarem seus bebês. Este costume o mundo ocidental abandonou no século XIX e é totalmente contra-indicado por especilialistas em aleitamento.
Outra prática que também está sendo adotada é o “cross-nursing”, a amamentação cruzada, em que mães amamentam os filhos umas das outras. Estes comportamentos refletem uma tendência sócio-cultural: mulheres no mercado de trabalho sem licença maternidade, cirurgias mamárias para aumentar ou diminuir os seios, ignorância, falta de vínculo com o bebê, omissão do Estado em não divulgar os perigos do aleitamento recíproco.
A associação de mães pela amamentação, a La Leche League International que está completando 50 anos, nos EUA já se posicionou contra, porque pode haver transmissão de vírus através do leite materno.
O resurgimento destas novas Amas-de-leite ampliam o desconforto social e racial que muitos já sentem com o fato de pessoas ricas empregarem mulheres mais pobres para fazer seu trabalho doméstico.
O incrível é a exploração comercial em torno destes novos comportamentos, chegando ao ponto de em Los Angeles ter uma agência especializada em oferecer este tipo de “mão-de-obra” feminina, a Certified Household: http://certifiedhouseholdstaffing.com/
Robert Feinstock, representante desta empresa, oferece este novo tipo de “empregadas domésticas” por todo o país, afirma que a demanda tem aumentado muito nos últimos 4 anos. Elas chegam a ganhar 1.000 dólares por semana.
Brenda (cujo último nome é omitido para proteger sua privacidade), com 42 anos, amamentou de forma mercenária 10 bebês nos últimos 7 anos. Alega que é para ajudá-la a pagar a Faculdade dos seus 2 filhos. Diz que reflete sobre as implicações sociais de seu trabalho, porque é preta e 8 das famílias para quem trabalhou são brancas. “Um amigo perguntou-me, se não tinha sensação de ser uma escrava?” recorda. Mas Brenda acha seu trabalho realizador, e às vezes divertido. “Se você está em algum lugar com a família e o bebê começa puxar sua blusa ou pôr sua mão em seu peito querendo mamar, pode ser embaraçoso,” diz, rindo.
Embora esta senhora ache engraçado esta situação, a questão é muito grave, com muitas repercussões éticas, sociais, culturais e no campo da saúde pública.
Felizmente, no Brasil esta prática de amas-de-leite pagas não é culturalmente aceita e é proibida pelo Ministério da Saúde, a amamentação cruzada não é recomendada em nenhuma hipótese, nem a comercialização de leite humano por Bancos de Leite.
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www.aleitamento.com adverte:
Não é recomendável a prática de amas-de-leite.
Cada mulher produz um leite especial para o seu filho.
A amamentação cruzada também é prejudicial
à mãe e ao bebê.