Amamentar pode diminuir o risco
de TDAH em crianças
Conclusão é de pesquisa realizada em Israel, que comparou crianças diagnosticadas com seus irmãos e outras crianças sem o distúrbio
Por Marcela Bourroul – Revista CRESCER
Os benefícios da amamentação para o bebê, você sabe bem, são inúmeros. Agora, uma nova pesquisa feita pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, acaba de engordar ainda mais essa lista. Segundo os cientistas, o leite materno pode ser uma proteção extra contra o desenvolvimento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estudaram três grupos de crianças. O primeiro era formado por 56 pacientes de 6 a 12 anos de um hospital em Israel diagnosticados com o transtorno. O segundo era formado por irmãos desses pacientes que não apresentavam TDAH. Por último, o grupo de controle, formado por 51 crianças saudáveis sem parentesco com as primeiras.
Os pais das crianças responderam a um questionário com informações médicas e sobre o histórico de amamentação. Analisando os questionários, os pesquisadores perceberam que, das crianças diagnosticadas com TDAH, 43% foram amamentadas até os 3 meses, comparado com 69% no grupo dos irmãos e 73% no grupo controle. Aos 6 meses, a diferença permaneceu: do primeiro grupo, 29% ainda estava sendo amamentada, enquanto nos outros grupos cerca de 50% das crianças ainda mamavam.
Com base nesses resultados, os responsáveis pela pesquisa afirmaram que a proteção, pelo menos parcialmente, contra o TDAH, pode ser incluída na lista de benefícios da amamentação. No entanto, eles fizeram algumas ressalvas, já que o estudo apresenta algumas limitações. A principal delas é a dúvida sobre a relação de causa e efeito. Isso porque o menor tempo de amamentação das crianças com o transtorno pode ser resultado da própria condição, e não sua causa.
“Se o comportamento durante a amamentação de uma criança que está prestes a desenvolver TDAH inclui o choro prematuro é uma questão importante que nossa pesquisa não pode responder”, escrevem os cientistas em sua conclusão. Isso é, o comportamento da criança posteriormente diagnosticada nos primeiros meses de vida pode atrapalhar a amamentação.
Novas pesquisas devem ser realizadas para confirmar esse elo, mas com tantos benefícios da amamentação já comprovados, o hábito só pode trazer vantagens!