Resumo
Objetivo:
Avaliar as taxas e o padrão de aleitamento materno dos
recém-nascidos internados em berçário de alto risco no
momento de sua alta hospitalar e analisar os potenciais
fatores que interferem na prática do aleitamento materno
exclusivo.
Métodos:
Foram estudados prontuários médicos de 495 recém-nascidos
internados no berçário de alto risco da Maternidade Odete
Valadares, Minas Gerais, antes e após receber o título de
Hospital Amigo da criança. Foram excluídos os nascidos fora
da maternidade e durante o período de transição crianças ou
mães que foram a óbito ou transferidas da instituição e
crianças abandonadas e/ou de mães com contra-indicação
para amamentar. Foram calculadas razões de chance
(odds ratio, OR) e intervalos de confiança de 95% a partir de
análises bivariadas e multivariadas utilizando a técnica da
regressão logística.
Resultados:
A taxa de aleitamento materno exclusivo na alta
passou de 36% no período anterior para 54,6% no período
posterior à implementação, da Iniciativa Hospital Amigo da
criança. Os fatores de risco independentemente associados
com ausência de aleitamento exclusivo foram: uso da dieta
por sonda (OR = 3,01), número de consultas pré-natais
menor que seis (OR = 2,21), uso de translactação
(OR = 2,66), peso ao nascer < 2.500 g (OR = 2,64) e
internação em período anterior ao recebimento do título de
Hospital Amigo da criança pela maternidade (OR = 2,75).
Conclusão:
Este estudo mostra que, entre outros fatores, as mudanças nas práticas hospitalares com a implementação da Iniciativa Hospital Amigo da criança foram determinantes para o aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo na alta em crianças de alto risco.
J Pediatr (Rio J). 2004;80(3):241-8: Aleitamento materno, recém-nascido, alto risco, Hospital Amigo da criança.
Abstract
Objective:
To study the rate of exclusive breastfeeding at the moment of hospital discharge of newborns admitted to a neonatal Intensive Care Unit and to analyze potential risk factors.
Methods:
Four hundred and ninety-five medical records were studied, pertaining to neonates born between 1998 and 1999, admitted to a neonatal intensive care unit, before and after the implementation of the Baby Friendly Hospital Initiative policies. Babies born during the Baby Friendly Hospital Initiative transition period and outside the Maternity ward were excluded from the study, as were children or mothers who were transferred from the institution, abandoned children and also mothers unfit to breastfeed. Risk factors for non-exclusive breast-feeding at discharge were studied. Odds ratio and 95% confidence intervals were calculated using multivariate logistic regression.
Results:
The exclusive breastfeeding rate increased from 36% at discharge (before the Baby Friendly Hospital Initiative) to 54.7% (after BFHI). The independent risk factors associated with non-exclusive breastfeeding were the use of enteral feeding (OR = 3.01), ante-natal consultations < 6 (OR = 2.75), relactation use (OR = 2.66), birth weight < 2,500 g (OR = 2.64) and being born during the period before Baby Friendly policies were implemented (OR = 2.75)
Conclusion:
This research shows the potential efficiency of adopting Baby-Friendly policies to increase the chance of success ful breastfeeding at the point of discharge for high-risk newborns.
J Pediatr (Rio J). 2004;80(3):241-8: Breast-feeding, newborn, high risk, Baby Friendly Hospital.
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