AMAMENTAÇÃO é a BASE da minha VIDA depoimentos
O blog Pediatra Orienta é uma iniciativa da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) voltado ao público em geral, com o objetivo de divulgar conhecimento científico numa linguagem simples. A fim de orientar pais e mães sobre temas de prevenção e esclarecer dúvidas sobre doenças, a SPSP está engajada em causas de incentivo ao Aleitamento Materno e a campanhas contra o uso de álcool e drogas. Outra ação importante voltada à comunidade é a Campanha Gravidez sem Álcool que alerta a população sobre a Síndrome Alcoólica Fetal.
Neste #AgostoDourado o blog Pediatra Orienta teve a genial ideia de convocar vários Pediatras e outros profissionais de saúde apaixonados pela a Amamentação para darem depoimentos. Veja alguns exemplos:
Dra. Zezé Mattar
Na infância fui amamentada e observei a amamentação dos meus 3 irmãos…
Dra. Virginia Quintal
Amamentação tem sido a base de minha vida profissional há pelo menos 19…
Dra. Valdenise Calil
Cresci ouvindo minha mãe dizer que fui um bebê gordo e saudável graças…
Dra. Adriana Mazzoni
Sou odontopediatra há 28 anos e mãe da Vitória há 23 anos! Quando eu…
Dra. Renata Santos
Amamentar sempre foi um sonho quando pensava em ser mãe. Com a bagagem que…
Dra. Nádia Vargas
Quando era estudante de Medicina, confesso que não tive nenhuma…
Dra. Mônica Vilela
Amamentar é o desejo de quase todas as gestantes e posso dizer que estive…
Dra. Lélia Gouvea
Decidi pelo aleitamento materno no 4º ano da Faculdade de Medicina. Sempre…
Dra. Keiko Teruya
Reflexão Após seis anos de formada, notei que algumas das crianças que…
Dra. Karina Rinaldo
Hoje, diferentemente de outros momentos onde falo da importância do leite…
Dra. Mônica Pessoto
O aleitamento materno sempre me encantou. Por muitas vezes, fiquei intrigada…
Dra. Marisa Aprile
Tive o meu primeiro filho no final da década de setenta. Estava terminando…
E outros…
Eu também participei, veja o depoimento:
Amamentação é a base da minha vida
Dr. Marcus Renato de Carvalho
Fico impressionado com o número enorme de crianças adotadas que chegam a mim. Muitas pessoas não imaginam que apoio a “lactação adotiva”, essa admirável capacidade feminina de secretar leite sem ter estado grávida.
Soube que eu tinha sido adotado em uma reunião de família, onde conversávamos sobre o Evangelho segundo o Espiritismo. Naquele dia, o tema escolhido aleatoriamente foi: “Quem são meus pais e meus irmãos?”. Uma emoção nos tocou, tinha 11 anos e a notícia não me surpreendeu, parecia que de alguma forma eu já sabia, embora não houvesse nenhuma suspeita.
Por “coincidência”, quando tinha 9 anos, numa reunião familiar, meu voto tinha sido a favor da adoção da minha irmã. Uma bebê abandonada, com um eczema seborreico em todo o corpo, que foi levada à nossa vila para ver se alguém se compadecia e pudesse criá-la. Estávamos em uma situação econômica crítica, mas a decisão de nós três (papai, mamãe e “eu”!) em adotá-la foi imediata. O seu primeiro nome eu escolhi – Marcia (nome de uma “paixão” de infância) e Cecília foi dado por meu pai, nome de uma das minhas avós. Cuidei muito e ainda “tomo conta” dela, às vezes me descuido – ela está com quatro filhos!).
Quando soube da adoção não sofri nenhuma crise, tampouco me causou qualquer problema posteriormente – como temiam meus pais. Minha mãe detestava tocar nesse assunto. Foi difícil para mamãe revelar informações dos meus progenitores biológicos. Parece que era uma jovem empregada doméstica que teve um caso com o seu patrão. Ela não queria um filho e preferia uma menina. Um detalhe chocante – minha mãe relatou que quando foi me buscar me encontrou vestido com roupas femininas! Os elos intermediários deste contato desapareceram, de modo que não há como descobrir o paradeiro deles, mas nunca tive curiosidade.
Uma surpreendente descoberta
No começo dos anos 80 estava me formando em Medicina e estagiava no IPPMG/UFRJ (onde atualmente sou Professor), que apoiava de forma especial a amamentação. Um dia, cheguei em casa e contei para mamãe como manejávamos a técnica de “Indução da Lactação”. Ela começou a chorar e me revelou que, quando recém-nascido, me colocava para mamar em seus seios, e eu os sugava, e que ela sentiu que começou a secretar um líquido de suas mamas (provavelmente o colostro) e que não teve coragem de contar para ninguém essa sua secreta experiência.
Então, descobrimos que participei de uma gostosa vivência espontânea de lactação adotiva. Creio que esse fascinante acontecimento provavelmente me impulsionou a me especializar, cursando pós-graduação em Manejo Clínico da Lactação em San Diego, EUA, depois conquistando o título de Consultor Internacional pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners), sendo atualmente docente de Puericultura na UFRJ. Fiz questão de fazer estas revelações para que não prevaleça o silêncio de histórias tão bonitas.
Todo filho é adotado!
Meu carinho e gratidão aos meus pais, Olga e Renato (já desencarnados).
Marcus Renato de Carvalho
Pai da Clara (25 anos) e da Sophie (16 anos) e marido da Cecília.
Editor do www.aleitamento.com