Ilustração dos cursos do aleitamento.com
ALEITAMENTO MATERNO REDUZm PROBLEMAS ORTODÔNTICOS
Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo revela que amamentar por mais de 12 meses reduz em 93% a prevalência de alterações na oclusão dentária.
Mães que amamentam seus filhos por mais de um ano contribuem para reduzir em até 93% a possibilidade das crianças desenvolverem problemas ortodônticos no futuro. É o que aponta uma das maiores avaliações já realizadas no país sobre alterações na oclusão dentária durante a infância, desenvolvida pelo Programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).
O trabalho do cirurgião-dentista Henri Menezes Kobayashi, que teve como base a avaliação de 1.377 crianças de 3 a 6 anos, matriculadas em 11 escolas públicas de educação infantil situadas na Zona Leste da cidade de São Paulo, foi premiado recentemente, na 24ª Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO). A pesquisa concorreu com outros cinco mil trabalhos de todo o país.
De acordo com o orientador da pesquisa, professor Dr.Hélio Scavone Júnior, os resultados são extremamente importantes, pois fornecem embasamento científico essencial para a realização de campanhas educativas e preventivas, visando estimular a amamentação por períodos prolongados, se possível além dos 12 meses. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil já recomendam que as mães amamentem seus filhos por seis meses, no mínimo, tendo em vista os inúmeros benefícios que este ato oferece, como o fortalecimento do sistema imunológico e dos laços afetivos entre e a mãe e seu bebê. O estudo reforça essa recomendação e, inclusive, está alinhado com a proposta do governo de ampliar o período de licença maternidade”, afirma.
Kobayashi, durante a realização de sua Tese de Mestrado, investigou durante dois anos os períodos de amamentação exclusiva e sua relação como fator de risco para o desenvolvimento de alterações na oclusão dentária, durante a fase da dentição de leite. Com este objetivo, as mães das crianças avaliadas responderam questionários sobre quanto tempo elas haviam oferecido o leite materno aos seus filhos, sem utilização de mamadeiras.
Paralelamente, foram efetuados exames ortodônticos nas crianças.
Após o cruzamento das informações, concluiu-se que as crianças que receberam amamentação exclusivamente materna, durante mais de doze meses, apresentaram um risco vinte vezes menor para o desenvolvimento de problemas ortodônticos, particularmente as mordidas cruzadas posteriores. Além disso, as crianças amamentadas ao peito durante um período variando entre 6 a 12 meses, apresentaram um risco cinco vezes menor para estas mesmas alterações no relacionamento dentário.
A pesquisa também inova ao trabalhar com uma das maiores amostras já avaliadas até o momento. “As pesquisas existentes sobre alterações na oclusão dentária apresentavam resultados contraditórios e muitas vezes inconclusivos. Algumas delas apenas sugeriam a existência de uma relação entre a amamentação e a redução no desenvolvimento de problemas ortodônticos, enquanto que outras não conseguiam comprovar esta associação. Estes resultados divergentes podem ser creditados, em muitos casos, ao número reduzido e insuficiente de crianças analisadas em estudos anteriores”, explica o orientador.
Para a diretora do curso de Odontologia, Dra. Dalva Cruz Laganá, o resultado é extremamente relevante tanto para a pós-graduação como para o curso de Odontologia, de um modo geral. “O prêmio enfatiza a qualidade do ensino oferecido em nossos cursos e o alto nível das pesquisas aqui produzidas”, afirma.[14]
Sobre o Programa de Mestrado em Ortodontia
Credenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 1999, o Programa de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) tem como objetivo preparar profissionais com ampla experiência clínica, profundo conhecimento biológico e capacidade didático-científica. O programa conta com três linhas de pesquisa: Cefalometria e Antropometria, Biomecânica e Metalurgia em Ortodontia e Epidemiologia, Diagnóstico e Terapia Ortodôntica.
“O enfoque Fono-Odontológico mudou a assistência e abordagem do Manejo Clínico da Lactaçãonos últimos anos.”
Prof. Marcus Renato de Carvalho