31 RAZÕES PARA AMAMENTAR
uma para cada dia do Agosto dourado
O Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria lançou essa campanha para celebrar a Semana Mundial de Aleitamento em 2017: excelente iniciativa.
1. A amamentação diminui a mortalidade de crianças.
Estimativas recentes sugerem que a amamentação, se fosse ampliada para níveis quase universais, poderia prevenir cerca de 12% das mortes de crianças menores de 5 anos a cada ano, ou cerca de 820.000 mortes em países de média e baixa renda.
REFERÊNCIA: Victora CG, Bahl R, Barros AJD, França GVA, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, andlifelongeffect. Lancet. 2016;387(10033):2089-90. Disponível neste link.
2. A amamentação exclusiva protege contra mortes infantis causadas por doenças infecciosas.
Crianças menores de 6 meses amamentadas exclusivamente tem risco 41% menor de morrer que as crianças em aleitamento materno predominante, 78% menor que as em aleitamento materno parcial e 88% menor que as não amamentadas.
REFERÊNCIA: Sankar MJ, Sinha B, Chowdhury R, et al. Optimal breastfeeding practices and infant and child mortality. A systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015; published online Aug 7. Disponível neste link.
3. A amamentação diminui o risco da Síndrome da Morte Súbita do Lactente.
As crianças amamentadas têm risco 36% menor de serem vítimas da Síndrome da Morte Súbita do Lactente.
REFERÊNCIA: Ip S, Chung M, Raman G, et al. Breastfeeding and maternal and infant health outcomes in developed countries. Rockville, MD,USA: Agency for Healthcare Research and Quality, 2007. Disponível neste link.
4. A amamentação poderia prevenir mais da metade dos episódios de diarreia.
As crianças amamentadas possuem menos risco de ter diarreia:redução de 63% em menores de 6 meses e de 54% em crianças entre 6 meses e 5 anos,quando comparadas com crianças não amamentadas ou amamentadas por um período menor.
REFERÊNCIA: Horta BL, Victora CG. Short-term effects of breastfeeding: a systematic review of the benefits of breastfeeding on diarrhoea and pneumonia mortality. Geneva: World Health Organization, 2013. Disponível neste link.
5. A amamentação não só previne o aparecimento de episódios de diarreia, como também diminui a gravidade da doença.
Mais de dois terços das internações hospitalares por diarreia em crianças menores de 5 anos (72%) poderiam ser prevenidas com a amamentação.
REFERÊNCIA: Horta BL, Victora CG. Short-term effects of breastfeeding: a systematic review of the benefits of breastfeeding on diarrhoea and pneumonia mortality. Geneva: World Health Organization, 2013. Disponível neste link.
6. A amamentação poderia prevenir um terço das infecções respiratórias nos 2 primeiros anos de vida.
Crianças amamentadas menores de 2 anos tem um risco 32% menor de adquirir infecção respiratória baixa quando comparadas com crianças não amamentadas ou amamentadas por um período menor.
REFERÊNCIA: Horta BL, Victora CG. Short-term effects of breastfeeding: a systematic review of the benefits of breastfeeding on diarrhoea and pneumonia mortality. Geneva: World Health Organization, 2013. Disponível neste link.
7. Crianças amamentadas têm menos internações por infecção respiratória baixa nos primeiros 2 anos de vida.
Mais da metade das internações por infecções respiratórias baixas (57%) em crianças menores de 2 anos poderiam ser evitadas pelo aleitamento materno.
REFERÊNCIA: Horta BL, Victora CG. Short-term effects of breastfeeding: a systematic review of the benefits of breastfeeding on diarrhoea and pneumonia mortality. Geneva: World Health Organization, 2013. Disponível neste link.
8. A amamentação protege contra hospitalização por bronquiolite.
As crianças amamentadas por menos de 1 mês tiveram risco 7 vezes maior de serem hospitalizadas por bronquiolite aguda nos primeiros 3 meses de vida.
REFERÊNCIA: Abernaz EP, Menezes AMB, César JA, et al. Risk factors associated with hospitalization for bronchiolitis in the post neonatal period. Rev Saúde Pública. 2003; 37: 485-93 Disponível neste link.
9. A amamentação protege contra otite média aguda nos primeiros 2 anos de vida.
A amamentação reduz em 33% o risco de otite média aguda nos primeiros 2 anos de vida.
REFERÊNCIA: Bowatte G, Tham R, Allen KJ, et al. Breastfeeding and childhood acute otitis media: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr Suppl. 2015; 104: 85-95. Disponível neste link.
10. A amamentação protege contra rinite alérgica nos primeiros 5 anos de vida.
A amamentação reduz em 21% o risco de rinite alérgica nos primeiros 5 anos de vida.
REFERÊNCIA: Lodge CJ, Tan DJ, Lau M., et al. Breastfeeding and asthma and allergies: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr Suppl. 2015; 104: 38-53. Disponível neste link.
11. A amamentação exclusiva protege contra eczema.
Crianças amamentadas exclusivamente por mais de 3-4 meses têm risco 26% menor de apresentar eczema nos primeiros 2 anos de vida.
REFERÊNCIA: Lodge CJ, Tan DJ, Lau M., et al. Breastfeeding and asthma and allergies: a systematic review and meta-analysis. Acta PaediatrSuppl. 2015; 104: 38-53. Disponível neste link.
12. O aleitamento materno protege contra enterocolite necrosante
Recém-nascidos alimentados com leite materno têm risco 58% menor de desenvolver Enterocolite Necrosante.
REFERÊNCIA: Ip S, Chung M, Raman G, et al. Breastfeeding and maternal and infant health outcome in developed countries. Rockville, MD,USA: Agency for Healthcare Research and Quality, 2007. Disponível neste link.
13. A amamentação protege contra leucemia na infância.
As crianças amamentadas por 6 meses ou mais, quando comparadas com as que mamampor menos tempo ou não são amamentadas,têm risco 20% menor de apresentar leucemia.
REFERÊNCIA: Amitay EL, Keinan-Boker LK. Breastfeeding and Childhood Leukemia Incidence: a meta analysis and systematic review. Jama Pediatr. 2015; 169(6):e151025. Disponível neste link.
14. O aleitamento materno está associado com melhor desempenho nos testes de inteligência em crianças e adolescentes.
Estima-se que crianças amamentadas possuam quociente de inteligência (QI) 3,4 pontos maior na infância e adolescência do que o de crianças não amamentadas. Indivíduos amamentados por 12 meses ou mais apresentaram, aos 30 anos de idade, QI até 3,8 pontos mais elevado quando comparados àqueles amamentados por menos de 1 mês.
REFERÊNCIAS: Horta BL, Loret de Mola C, Victora CG. Breastfeeding and intelligence: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015;104:14-9 Disponível neste link. · Victora CG, Horta BL, Mola CL, et al. Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: A prospective birth cohort study from Brazil. Lancet Global Health. 2015;3:199–205. Disponível neste link.
15. A criança amamentada é mais estimulada.
As mães que amamentam gastam significativamente mais horas por semana alimentando, carregando, segurando, acalmando ou cuidando da criança.
REFERÊNCIA: Smith JP, Forrester R. Maternal time use and nurturing:analysis of the association between breastfeeding practice and time spent interacting with baby. Breast Med. 2017; 12: 269-78. Disponível neste link.
16. O aleitamento materno está associado com maior escolaridade.
Indivíduos amamentados por mais de 1 ano, quando comparados com os amamentados por menos de 1 mês, apresentaram aproximadamente 1 ano a mais de escolaridade.
REFERÊNCIA: Victora CG, Horta BL, Mola CL, et al. Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: A prospective birth cohort study from Brazil. Lancet Global Health. 2015;3:199–205. Disponível neste link.
17. Indivíduos amamentados possuem maior renda na idade adulta.
Indivíduos amamentados por mais de 1 ano, quando comparados com os amamentados por menos de 1mês, apresentaram renda maior, em torno de R$350,00, na idade adulta. O QI foi responsável por 72% dos efeitos da amamentação sobre a renda.
REFERÊNCIA: Victora CG, Horta BL, Mola CL, et al. Association between breastfeeding and intelligence, educational attainment, and income at 30 years of age: A prospective birth cohort study from Brazil. Lancet Global Health. 2015;3:199–205. Disponível neste link.
18. A amamentação reduz maloclusões na dentição decídua.
Dois terços das maloclusões em crianças com dentição descídua poderiam ser evitadas com a amamentação.
REFERÊNCIA: Peres KG, Cascaes AM, Nascimento GG, Victora CG. Effect of breastfeeding on malocclusions: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr Suppl. 2015; 104: 54-61. Disponível neste link.
19. O aleitamento materno tem efeito positivo na qualidade da mastigação de pré-escolares.
Crianças amamentadas por 12 meses ou mais apresentam melhor função da mastigação quando comparadas com crianças que amamentam por menor período.
REFERÊNCIA: Pires SC, Giugliani ERJ, Silva FC. Influence of the duration of breastfeeding on quality of muscle function during mastication in preschoolers: a cohort study. BMC Public Health.2012; 12:934. Disponível neste link.
20. O aleitamento materno protege contra sobrepeso/obesidade.
O aleitamento materno poderia reduzir em 26% o risco de sobrepeso/obesidade na infância, adolescência e idade adulta.
REFERÊNCIA: Horta BL, de Mola CL, Victora CG. Long-term consequences of breastfeeding on cholesterol, obesity, systolic blood pressure, and type-2 diabetes: systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr Suppl. 2015; 104: 30-37. Disponível neste link.
21. Crianças amamentadas têm risco diminuído de diabetes tipo 2.
O aleitamento materno poderia reduzir em 35% o risco de diabetes tipo 2 na infância, adolescência e idadeadulta.
REFERÊNCIA: Horta BL, de Mola CL, Victora CG. Long-term consequences of breastfeeding on cholesterol, obesity, systolic blood pressure, and type-2 diabetes: systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr Suppl. 2015; 104: 30-37. Disponível neste link.
22. A amamentação previne o câncer de mama.
Estima-se que o risco de contrair carcinoma de mama seja 22% menor para as mulheres que amamentaram quando comparadas às que nunca amamentaram, com evidente efeito dose-resposta: redução de 7% em mulheres que amamentaram por um período total menor que 6 meses, de 9% naquelas que amamentaram de 6 a 12 meses e de 26% nas que amamentaram por mais de 12 meses.
REFERÊNCIA: Chowdhury R, Sinha B, Sankar B, Taneja S, Bhandari N, Rollins N, et al. Breastfeeding and maternal health outcomes: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015;104:96–113. Disponível neste link.
23. A amamentação aumenta a sobrevida em mulheres com câncer de mama.
As mulheres submetidas a cirurgia por câncer de mama que nunca amamentaram ou que amamentaram por 6 ou menos meses tiveram um risco quase 3 vezes maior de morrer pela doença quando comparadas com as que tiveram uma história de amamentação maior que 6 meses. Estima-se que 19.464 mortes anuais por câncer de mama são prevenidas com as atuais taxas de aleitamento materno e que um adicional de 22.216 mortes poderia ser prevenidas se a duração do aleitamento materno fosse de pelo menos 12 meses nos países desenvolvidos e de 24 meses nos de média e baixa renda.
REFERÊNCIAS: · Loof-Johanson M, Brudin L, Sundquist M, CE Rudebeck. Breastfeeding associated with reduced mortality in women with breast cancer. Breast Med. 2016; 11: 321-327.
· Victora CG, Bahl R, Barros AJD, França GVA, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016;387(10033):2089-90. Disponível neste link.
24. As mulheres que amamentam têm menor risco de câncer de ovário.
O risco de contrair câncer de ovário poderia ser reduzido em 30% se as mulheres amamentassem por mais tempo. Estima-se que para cada mês de amamentação haveria uma redução de 2% no risco de contrair a doença.
REFERÊNCIAS: · Chowdhury R, Sinha B, Sankar B, Taneja S, Bhandari N, Rollins N, et al. Breastfeeding and maternal health outcomes: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015;104:96–113. Disponível neste link.
· Feng LP, Chen HL, Shen MY. Breastfeeding and the risk of ovarian cancer: a meta-analysis. J Midwifery Womens Health. 2014;59: 428–37.
25. A amamentação protege contra o carcinoma de endométrio.
As mulheres que amamentam têm risco 11% menor de desenvolver câncer de endométrio quando comparadas as que nunca amamentaram. Maior duração da amamentação por criança tem associação com menor risco da doença.
REFERÊNCIA: Jordan SJ, Na R, Renhua Na, Johnatty SE, et al. Breastfeeding and Endometrial Cancer Risk:An Analysis From the Epidemiology of Endometrial Cancer Consortium. Obstet Gynecol. 2017; 129: 1059-67.
26. A amamentação está associada com menor risco de diabetes tipo 2 na mulher.
O risco de contrair diabetes poderia ser reduzido em 32% se as mulheres amamentassem por mais tempo. Estima-se redução de 9% para cada ano de amamentação.
REFERÊNCIAS: · Chowdhury R, Sinha B, Sankar B, Taneja S, Bhandari N, Rollins N, et al. Breastfeeding and maternal health outcomes: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015;104:96–113. Disponível neste link. · Aune D, Norat T, Romundstad P, Vatten LJ. Breastfeeding and the maternal risk of type 2 diabetes: a systematic review and dose-response meta-analysis of cohort studies. NMCD. 2014;24:107–15.
27. O aleitamento materno exclusivo está associado à diminuição da recorrência de enxaqueca nas lactantes no pós-parto.
As mulheres com enxaqueca antes da gestação e que estavam amamentando exclusivamente tiveram diminuição da recorrência da enxaqueca, com ou sem aura, com 1 e 4 semanas pós-parto.
REFERÊNCIA: Serva WAD, Serva VMSBD, Caminha MFC et al. Exclusive breastfeeding protects against postpartum migraine recurrence attacks. Arquivos de Neuropsiquiatria. 2012; 70:428-434. Disponível neste link.
28. A amamentação tem importante impacto na economia.
Estima-se que a ampliação em 10% nas taxas de aleitamento materno exclusivo até 6 meses ou de amamentação continuada até 12 ou 24 meses poderia reduzir em pelo menos 1,8 milhão de dólares os custos anuais com tratamentos de doenças em crianças no Brasil. E se os índices atuais de AM subissem para 90%, a economia seria da ordem de 6 milhões.
REFERÊNCIA: Rollins NC, Bhandari N, Hajeebhoy N, Horton S, Lutter CK, et al. Why invest, and what it will take to improve breastfeeding practices? Lancet. 2016;387:491–504. Disponível neste link.
29. O aleitamento materno contribui para a equidade.
O aleitamento materno é um dos poucos comportamentos positivos em saúde que é mais prevalente entre os pobres.
REFERÊNCIA: Victora CG, Bahl R, Barros AJD, França GVA, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016;387(10033):2089-90. Disponível neste link.
30. O aleitamento materno contribui para a sustentabilidade ambiental e segurança alimentar.
O leite materno é um alimento natural, renovável, que não causa dano ao meio ambiente, produzido e disponibilizado ao consumidor sem poluição, empacotamento ou lixo.
REFERÊNCIA: Ecomall. Breastfeeding and the environment. Disponível neste link.
31. A amamentação promove a microbiota intestinal saudável.
Os oligossacarídeos presentes no leite materno são fundamentais para a manutenção de um microbioma saudável na criança, importante para a sua imunidade e também para o desenvolvimento cerebral.
REFERÊNCIA: Bäckhed F, Roswall J, Peng Y, et al. Dynamics and stabilization of the human gut microbiome during the first year of life. Cell Host & Microbe. 2015;17(5):690–703 Disponível neste link.