mônica cecília pimentel de mel
sou enfermeira de formação e professora da universidade federal do vale do são francisco, e agora, mãe da monique que está com 2 meses. sempre fui uma defensora da amamentação de forma exclusiva. tenho 3 experiências para contar: enquanto enfermeira de um banco de leite humano fui detentora de uma bagagem teórica muito boa, que podia entender um pouco o sofrimento de muitas mães. daí, percebi que o fenômeno e o ato do aleitar são complexos demais e aprendi a não julgar às mães, quando a amamentação exclusiva deixa de ser uma possibilidade. a segunda experiência, vem como professora que ministra uma disciplina sobre manejo da amamentação. me tornei estudiosa e pesquisadora sobre o assunto. essa experiência, me fez olhar o aspecto teórico da amamentação, em que estimulando, sempre dá para dar leite. meu lema era: amamente, amamente e amamente que dará tudo certo. agora, na minha 3ª experiência, sou mãe da monique e toda a minha teoria caiu por terra. sou vítima de preconceito até hoje quando saio com ela, pois, sempre após as mamadas, ela recebe o complemento de leite industrializado, de 60-90 ml de leite e usa chupeta, pois serve como um acalento para os bebês e assegura mais tranquilidade para cuidar dos bebês. conheço todo o manejo da amamentação, mas o destino me pregou uma peça e monique teve, ao nascer, bradicardia e apnéia, foi para a uti e ficou entubada. minha apojadura de uma pós cesareada, que teve polidrâmnio, foi um terror!!! eu chorava de alegria qdo conseguia em 24h, 4 ml de leite materno para levar para a minha pequena que estava na uti. qdo ela teve alta, achei que tudo fosse dar certo, mas, mais uma vez, o destino me pregou outra peça, e monique começou a perder peso, pois ela sugava muito pouco e minha produção, desde o início, sempre foi muito baixa. então, teve que continuar recebendo o complemento. hoje, estamos bem!!!! ela mama o dia todo, mas ainda depende do complemento, pois minha produção de leite ainda não é suficiente para ficar exclusivo. portanto, agora, mais do que nunca, sei que amamentar é entrega, esforço e dedicação, mas não posso e nem devo me considerar menos mãe por minha filha não ter seguido a risca toda aquela teoria que sabemos de có. por isso, defendo: amamentação, sempre que possível!!!! esse é sempre um aspecto pouco considerado. cada experiência é única!!! o vínculo mãe e filho não se desfaz qdo a amamentação de forma plena não é possível, pois a amamentação é apenas parte do processo. não é o todo e isso precisa ser revisto pela sociedade que julga quando uma mãe, nos dias de hoje, tem que tirar uma mamadeira da bolsa para dar ao seu filho. nesse momento fico feliz em conseguir esse espaço para descrever essa minha experiência de mãe e profissional sempre muito atenta às dicas, à ética e ao cuidado do aleitamento.com que trata o tema como uma escolha, e não, como uma imposição. aqui, deixo minhas considerações, segurando minha filha nos braços e amamentando-a, sem medo de ser feliz!!!