Uso ético das mídias sociais por médicos
Fernando Carbonieri
Médico, Diretor do portal Academia Médica.
Em resolução proposta na 62º Assembleia Geral da Associação Médica Mundial, foram determinados as 10 recomendações que o médico deve vigiar para fazer o uso ético das mídias sociais. Acompanhe a seguir.
Definição
Mídias sociais são geralmente entendidas como um termo coletivo para diferentes plataformas e aplicativos em que o usuário gera o conteúdo e o distribui automaticamente por diferentes dispositivos eletrônicos.
A WMA, com esse estudo, objetivou o exame dos desafios profissionais e éticos relacionados ao aumento do uso das redes sociais por médicos, estudantes de medicina e pacientes; estruturar um documento que proteja os interesses de todos os envolvidos; assegurar confiança e reputação mantendo padrões profissionais e éticos.
O uso das mídias sociais já é um fato na vida de milhões de pessoas no mundo todo, incluindo médicos, estudantes de medicina e pacientes.
Ferramentas interativas e colaborativas como os wikis, redes sociais, chats e blogs transformaram usuários de passivos a ativos. Todos eles importam na aquisição, compartilhamento, disseminação das informações pessoais ( que incluem informações de saúde), sociabilização e na conexão com amigos, parentes e profissionais de confiança. Os sistemas em questão podem ser usado para procurar sugestões médicas, e pacientes com doenças crônicas podem compartilhar suas experiências entre eles. As redes podem também ser usadas na pesquisa, saúde pública, educação e promoção profissional direta ou indireta.
Os aspectos positivos das mídias sociais são reconhecidos quando o assunto é a promoção de um estilo de vida saudável, no empoderamento dos pacientes e na redução do sentimento de isolamento dos pacientes.
Áreas que requerem atenção especial:
- Conteúdo sensível, fotografias e outros materiais pessoais postados online podem tornar-se públicos e “pertencer” à internet permanentemente. Os indivíduos não tem controle da distribuição desse conteúdo que postam online.
- Portais para pacientes, blogs e tweets não substituem a consulta cara a cara com um médico, mas podem disseminar o engajamento com serviços de saúde entre alguns grupos. Amizades online com pacientes, podem alterar a relação médico-paciente, e pode resultar em problema pois pode acarretar em perda da sua vida privada.
- A privacidade pode ser comprometida bilateralmente quando não houver definições de privacidade adequadas e conservativas, ou pelo uso inapropriado. Definições de privacidade não são absolutas; corporações donas de redes sociais podem mudar este tipo de política de forma unilateral, sem o conhecimento dos usuários. As mídias sociais também permitem comunicações com terceiros, desconhecidos.
As partes interessadas em seu trabalho (como hospitais, indústria farmacêutica e chefes de serviço de residência médica) podem monitorar estas redes com vários propósitos, como o melhor entendimento sobre as necessidades de seus clientes e expectativas, para classificar candidatos a empregos e concursos ou para melhorar um produto ou serviço.
Recomendações
As recomendações da World Medical Association – WMA – visam estabelecer diretrizes para médicos ao pontuar as seguintes questões:
- Para manter limites apropriados na relação médico-paciente, de acordo com o código de ética profissional, como em qualquer outro contexto;
- Para estudar e entender cuidadosamente as disposições de privacidade acerca dos sites de redes sociais, lembrando suas limitações;
- Para que médicos rotineiramente monitorem sua presença online para assegurar que as informações pessoais, profissionais, postada por você ou por outrem seja acurada, fidedigna e apropriada;
- Para considerar o público-alvo, e avaliar se é tecnicamente viável para restringir o acesso ao conteúdo a indivíduos ou grupos pré-definidos;
- Adotar uma abordagem conservadora ao divulgar informações pessoais, lembrando que os pacientes podem acessar o seu perfil. Os limites profissionais que devem existir entre o médico e o paciente pode, assim ser maculados. Os médicos devem reconhecer os potenciais riscos associados de mídias sociais e aceitá-los, selecionando cuidadosamente os destinatários e suas configurações de privacidade.
- Para fornecer informação factual e concisa, declarar quaisquer conflitos de interesse e adotar um tom sóbrio ao discutir assuntos profissionais.
- Para garantir que nenhuma informação de identificação do paciente seja postada em qualquer mídia social por seu médico. O rompimento da confidencialidade mina a confiança do público na profissão médica, prejudicando a capacidade de tratar os pacientes de forma eficaz.
- Para chamar a atenção dos estudantes de medicina e médicos para o fato de que publicar online pode contribuir também para a percepção pública da profissão.
- Para considerar a inclusão de programas educativos com estudos de casos relevantes e orientações adequadas nos currículos médicos e de educação médica continuada.
- Para trazer as suas preocupações a um colega ao observar o seu comportamento claramente inapropriado. Se o comportamento viola significativamente normas profissionais e que o indivíduo não tomar as medidas adequadas para resolver a situação, os médicos devem denunciar a conduta de autoridades competentes.
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Fonte: Academia Médica
Foto: Marcus Renato de Carvalho