Do peito à comida caseira: saúde a vida inteira
Introduzindo Novos Alimentos enquanto a Amamentação é Continuada
Uma cuidadosa transição
Para um melhor começo na vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) e agências de saúde por todo mundo recomendam que as mães amamentem seus bebês exclusivamente nos primeiros seis meses de idade e que continuem amamentando enquanto introduzem outros alimentos e bebidas, até os dois anos ou mais, conforme a mãe e o bebê desejem.
O tema deste ano da Semana Mundial da Amamentação é sobre a continuação da amamentação, depois dos seis meses de vida, e a introdução de outros alimentos. Esses alimentos devem ser nutritivos, com a consistência certa e oferecidos de maneira apropriada. Consideramos que o modo como a transição da amamentação exclusiva para a amamentação continuada, e complementada com a alimentação com toda a família, é realizada como uma forma de cuidado e amor.
Alimentação complementar utilizando a comida caseira
Para uma nutrição adequada, bebês, aos seis meses de vida, precisam de outros alimentos, além do leite materno. O termo utilizado para a introdução de novos alimentos e bebidas somado à amamentação é “Alimentação Complementar”. As comidas devem ser “complementos” – fazer completo/tornar completo – da energia e nutrientes vindos do leite materno.
O tema “Amamentação e Comida Caseira” foi escolhido porque na maioria dos lares ao redor do mundo bebês maiores (06-12 meses) e crianças pequenas são alimentadas com a mesma comida de suas famílias.
Isto não significa deduzir que aos seis meses os bebês podem mudar diretamente da amamentação exclusiva para comer exatamente as mesmas refeições do resto da família. Bebês maiores e crianças pequenas precisam receber os alimentos mais nutritivos da alimentação familiar, apropriadamente preparadas (amassadas, cortadas, amaciadas) para desenvolverem suas habilidades para comer.
Começar a comer outros alimentos marca uma nova fase no desenvolvimento social, emocional e comportamental de bebês amamentados, particularmente quando outras pessoas, além de suas mães, se envolvem no processo da alimentação. Complementarmente a alimentação pode potencializar oportunidades de desenvolvimento da comunicação, coordenação e habilidades motoras podendo também se constituir como a origem das escolhas por determinados alimentos que persistem mesmo além da infância. Quando levada com amor, cuidado e paciência, o início da alimentação com outras comidas pode se constituir como um tempo de extensão e fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê trazido pela amamentação e não seu fim.
Amamentação Continuada
A amamentação continua sendo importante para a nutrição e desenvolvimento da criança depois dos seis meses de vida. Bebês amamentados entre 06 e 08 meses obtém, em média, cerca de 70% de sua energia vinda do leite materno, este índice cai para cerca de 55% entre os 09 e 11 meses e para 40% entre 12 e 23 meses. O leite materno é também a maior fonte de proteínas, vitaminas, minerais, aminoácidos essenciais e fatores de proteção. Este fato propicia mais calorias e nutrientes por ml do que a maioria dos outros alimentos e muito mais do que cereais, farinhas de arroz ou papinhas de vegetais que são tipicamente os primeiros alimentos dados a bebês maiores. Se os estômagos dos bebês estiverem preenchidos com alimentos nutricionalmente pobres, eles receberão menos leite materno e suas dietas e saúde ficarão prejudicadas. A contribuição do leite materno é freqüentemente negligenciada em relação ao início da alimentação complementar. Dessa forma, torna-se um desafio oferecer outros alimentos para uma adição nutricional aos benefícios do leite materno, sem substituí-lo. (veja o Box A na página 2).
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BOX A:
PORQUE O LEITE MATERNO CONTINUA SENDO UM ALIMENTO IDEAL PARA BEBÊS E CRIANÇAS MESMO APÓS OS SEIS MESES DE IDADE
O Leite Materno é um alimento de alta qualidade. O leite materno é um alimento nutricionalmente e energeticamente rico, além do mais, é facilmente digerido. O leite materno contém fatores que ajudam na própria absorção de nutrientes.
Bebês que continuam sendo amamentados não terão fome. Bebês que mamam regulam seu próprio consumo de alimento; quando eles estão com fome eles procuram o seio, choram para serem amamentados. Quando a amamentação não restrita continua juntamente com a introdução de novos alimentos, os bebês continuam controlando quanto devem comer. Se eles não gostam de uma comida específica, ou se o alimento é oferecido de uma forma insuficiente, eles podem tomar mais leite materno.
O leite materno contém fatores de proteção. Os fatores anti-infecciosos do leite materno protegem contra doenças e reduzem a severidade quando estas acontecem. Esta proteção continua a ser útil depois dos seis meses porque a alimentação com outras comidas e bebidas pode expor bebês maiores a mais infecções e patologias decorrentes da alimentação numa época em que o próprio sistema imunológico da criança está ainda em maturação. Algumas proteções continuam mesmo que a amamentação diminua para poucas mamadas por dia.
Amamentação ajuda na recuperação de doenças. Bebês doentes freqüentemente não sentem vontade de comer, mas eles geralmente querem mamar. Dessa forma, as mães podem responder aos ataques da doença confortando e alimentando com o terapêutico leite materno. Fatores de crescimento do leite materno reparam rapidamente os intestinos depois da diarréia (Em caso de bebês amamentados estarem tão doentes que não queiram mamar, eles precisam ser levados imediatamente a uma unidade de saúde).
O relacionamento especial entre mãe e bebê continua. Amamentação propicia um envolvimento emocional para mães e bebês que é valioso e prazeroso. Tal processo, através da amamentação continuada, se estende depois dos seis meses.
GLOSSÁRIO
Alimentação complementar: oferecer outros alimentos e bebidas em adição ao leite materno. O termo ‘Alimentação complementar’ esclarece que os alimentos e líquidos são oferecidos como complemento e não como substitutos da amamentação.
Comida caseira/alimentos da família: quaisquer alimentos consumidos tipicamente pelos membros da família.
Bebês maiores: bebês de 06 aos 12 meses.
Micronutrientes: vitaminas e minerais.
Ricos em nutrientes: proporcionam muitos nutrientes em pequenas porções de alimentos/bebidas.
Alimentos mais consumidos pela família: principal elemento da dieta da família. Ex. arroz, milho, trigo, batata.
Crianças pequenas: criança dos 06 meses até em torno de 02 e 03 anos.
DA AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA A COMIDA CASEIRA – CUIDANDO DA TRANSIÇÃO
A OMS e o UNICEF recomendam que a alimentação complementar deve acontecer no tempo certo, ser nutricionalmente adequada, segura e de acordo com as necessidades da criança.
NO TEMPO CERTO. Quando começar?
Amamentação exclusiva é mais do que suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais dos bebês até que eles completem 06 meses de idade (26 semanas). Nesta fase, ocorrem vários marcos de desenvolvimento que tornam o bebê apto a comer alimentos macios e semi-sólidos. Eles podem sentar-se, controlar a suas cabecinhas e levar a comida até a boca. Seus sistemas digestivos e imunológicos se tornam também mais maduros.
NUTRICIONALMENTE ADEQUADA. Que alimentos oferecer?
Entre os 06 e 24 meses, crianças crescem rapidamente e precisam de mais energia, vitaminas e minerais, porém seus estômagos são relativamente pequenos (30ml/kg peso do corpo – sobre o tamanho de um copo). Neste período as crianças precisam de alimentos altamente nutritivos que propiciem muitos nutrientes em pouca quantidade de alimento (alimentos ricos em nutrientes).
SEGURO. Preparando e alimentando com higiene
Mesmo após os seis meses, oferecer outros alimentos para crianças amamentadas as expõem a uma nova fonte de potenciais infecções. Crianças pequenas são particularmente vulneráveis a diarréia e infecções gatrointestinais. A maioria dos episódios de diarréia em crianças tem origem na contaminação alimentar. A boa higiene nas práticas alimentares é essencial para a alimentação de crianças pequenas.
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DIETAS VEGETARIANAS E VEGETARIANAS SEM LATICÍNOS
Quando crianças pequenas são alimentadas com dietas vegetarianas ou vegetarianas sem laticínios, é importante assegurar que elas recebam os nutrientes necessários. Ovos, legumes, ou produtos derivados do leite precisam ser oferecidos em cada refeição. Dependendo da dieta, suplementos ou alimentos locais fortificados contendo ferro, zinco e outros nutrientes podem ser necessários (principalmente suplemento de vitamina B12 para as dietas vegetarianas sem laticínios).
REFEIÇÕES E LANCHES
Refeições são ocasiões para alimentação com combinação de alimentos, por exemplo, carne/legumes, o principal alimento consumido pela família (que pode ser o arroz e feijão, ou cuscuz, por exemplo) e verduras.
Lanches podem ser alimentos nutritivos que são convenientes e fáceis de preparar. Durante os lanches, os bebês podem se alimentar com suas próprias mãos através de, por exemplo, pedaços de frutas, pão com alguma pasta/manteiga, pedaços de queijo, etc.
OFERECENDO O MELHOR DA COMIDA CASEIRA
Se compararmos com as pessoas mais velhas da família, crianças pequenas necessitam proporcionalmente de mais carne, vegetais, produtos derivados do leite do que de arroz, comidas de milho, etc. Estes alimentos podem ser batidos ou amassados, quando necessário, com um pouco de leite materno ordenhado, iogurte ou leite de vaca. Crianças pequenas necessitam pedaços sólidos ou semi-sólidos, com um pouco de molho, batidos ou picados conforme a necessidade. Em algumas circunstâncias, as famílias podem preferir preparar separadamente comidas nutritivas especialmente para os bebês entre 06 e 12 meses de idade.
ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS
· Frituras, empanados e “salgadinhos” são nutricionalmente pobres e muito salgados para crianças pequenas.
· Comidas adocicadas, doces e refrigerantes são calóricos, mas não são nutritivos (calorias vazias). Eles enchem os estômagos das crianças e diminuem seus apetites para alimentos nutritivos. Eles também podem causar cáries quando os dentes começam a nascer.
· Chás e cafés também enchem os estômagos das crianças. A sede das crianças pode ser saciada com leite materno ou água potável (ou fervida).
FÓRMULA INFANTIL INDUSTRIALIZADA E LEITE DE VACA
Em algumas comunidades, o primeiro outro alimento dado às crianças amamentadas, além do leite materno, é alguma fórmula infantil industrializada. É equivocado pensar que estas fórmulas, ou “fórmulas de seguimento”, que são vendidas como adequadas para bebês a partir dos 06 meses, são melhores do que a comida caseira. Slogans nas latas como “melhor crescimento e desenvolvimento” e “enriquecido com ferro e vitaminas” ajudam a criar esta falsa impressão. Não existe necessidade de oferecer fórmulas infantis ou leite de vaca como bebida para crianças entre 06 e 24 meses que estão sendo amamentadas. As fórmulas e outros leites simplesmente substituem o leite materno e ocasionam um desnecessário risco de doenças. Contudo, se torna útil oferecer produtos derivados do leite (iogurte ou queijo), leite de vaca, ou leite em pó para misturar com outros alimentos, tal atitude pretende garantir que as crianças tenham cálcio suficiente. Isto torna-se particularmente importante no caso de crianças que não consomem alimentos de fonte animal regularmente.
ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS PARA BEBÊS
Os alimentos industrializados para bebês podem ser fortificados com quantidades adequadas de vitaminas e minerais. Tais alimentos são geralmente fáceis de fazer, mas, por outro lado, têm um preço elevado e, além disso, podem conter aditivos inapropriados.
QUADRO DO MEIO
O QUE OFERECER A CADA DIA: AMAMENTAÇÃO FREQUENTE MAIS…
Alimentos de origem animal (carnes, aves, peixes ou ovos). Se não diariamente, oferecer sempre que possível adicionando ao alimento mais consumido pela família.
Legumes/Grãos (feijão, ervilha, lentilha, carne de soja, pasta de nozes). Tornam-se particularmente importantes para vegetarianos ou quando não for possível oferecer alimentos de origem animal.
Produtos derivados do leite (iogurte, queijos)
Verduras juntamente com as refeições. Verduras coloridas contêm mais nutrientes que as pálidas.
Frutas como lanche e juntamente com as refeições. Frutas coloridas contêm mais nutrientes que as pálidas.
Todo o alimento mais consumido pela família como arroz, milho, batata, trigo, com alguma variedade das citadas acima.
QUADRO DA DIREITA ABAIXO
O CÓDIGO INTERNACIONAL E A ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
As resoluções da Assembléia Mundial de Saúde (AMS), que tem o mesmo status do Código Internacional de Marketing de Substitutos do Leite Materno, trouxeram uma nítida orientação sobre a promoção de alimentos e bebidas complementares:
Tais produtos não devem usar ou fazer propagandas que prejudiquem o aleitamento materno (AMS 49.15 1996). Isto se aplica durante o período em que a amamentação normalmente seria continuada.
Eles não devem ser rotulados, fazer propaganda ou promoções comerciais como sendo adequados para bebês com menos de seis meses. (AMS 39.28 1986, AMS 54.2 2001).
Iniciativas para melhorar a alimentação complementar devem recomendar a grande possibilidade do uso de alimentos nativos ricos em nutrientes. (AMS 54.2 2001)
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ALIMENTANDO COM SENSIBILIDADE. De acordo com as necessidades da criança
Quando bebês amamentados começam a comer outros alimentos, é necessário que um novo tipo de resposta às necessidades e sinais das crianças seja estabelecido por suas mães ou pessoas que cuidem delas. A consistência e a textura dos alimentos, como eles são oferecidos e as quantidades precisam mudar conforme as crianças crescem e aprendem como lidar com a comida em suas bocas, mastigam, a seguram, seguram uma colher e conforme conseguem se alimentar com as próprias mãos.
O que é apropriado aos seis meses não é o mesmo aos 12 ou aos 18 meses. A alimentação de acordo com as necessidades das crianças refere-se a uma alimentação receptiva e envolve cuidados na ajuda e no encorajamento para as crianças comerem (sem forçá-las), alimentando devagar e pacientemente, experimentando oferecer diferentes comidas e minimizando distrações. Desta forma, a alimentação se tornará um tempo de aprendizagem e amor. Alimentação complementar e amamentação continuada fazem parte de uma cuidadosa transição da amamentação exclusiva para a alimentação da família.
COMO INTRODUZIR OUTROS ALIMENTOS ENQUANTO A AMAMENTAÇÃO É CONTINUADA. 06-08 meses: explorando a comida e começando a comer
A princípio o objetivo maior é encorajar os bebês, que são amamentados, a experimentar ter alimentos em suas bocas. O desenvolvimento do processo da alimentação varia de um bebê para o outro. Alguns bebês demonstram maior entusiasmo para comer outras comidas aos seis meses do que outros. Além disso, não é motivo para preocupação se em alguns dias eles cuspirem a comida ou pareçam brincar com ela enquanto a consomem, afinal a maior parte da sua nutrição é proveniente do leite materno. Se as crianças recusarem alimentos, elas precisam ser encorajadas para tentar experimentar outros tipos de comidas, gostos e texturas. A amamentação sob livre demanda pode propiciar quase toda energia que bebês entre 06 e 08 meses precisam, então se eles mostram pouco interesse em comer, mas estão sendo amamentados freqüentemente, não há razão para ficar muito preocupado. A partir dos seis meses, os dois nutrientes que os bebês precisam em maior quantidade do que proveniente apenas do leite materno são o ferro e o zinco, então a prioridade deve ser oferecer carne vermelha, suplementos ou comidas enriquecidas apropriadamente.
De início, bebês necessitam de comidas mais pastosas e macias que não requerem muita mastigação como purês grossos de carne, peixe, ovos, legumes, vegetais. Alguns bebês também ficam felizes com pedaços de comidas macias como talos de verduras cozidas que eles podem segurar e sugar ou morder usando suas gengivas. Crianças amamentadas são expostas aos sabores e gostos através do leite de suas mães. Estudos sugerem que elas estão mais propensas a aceitar comidas que tenham o mesmo sabor dos alimentos ingeridos por suas mães.
Gradualmente a quantidade e a variedade de alimentos oferecidos podem ser incrementadas, aumentando a oferta de refeições para duas ou três vezes por dia. Nesta idade não existe vantagem em oferecer outros alimentos numa freqüência maior que esta, pois tal atitude pode substituir a ingestão de leite materno diminuindo, assim, o consumo total de alimento dos bebês.
09-11 meses. Comendo Mais
Bebês maiores costumam comer mais, o número de refeições oferecidas pode aumentar para três ou quatro por dia, com um ou dois lanches, se necessário. A amamentação em livre demanda deve continuar, mas é importante estabelecer um padrão regular de horários para as refeições. Novos alimentos devem continuar a ser introduzidos para ampliar a variedade na dieta e de nutrientes consumidos.
12-24 meses: Adaptando-se ao padrão alimentar da família
Em torno dos 12 meses de vida a maioria das crianças está fisicamente apta para comer os alimentos com consistência similar aos alimentos consumidos pela família. É importante que elas tenham suas próprias porções/pratos, pois elas comem tão rápido quanto os membros mais velhos da família. Além disso, alguns alimentos ainda precisarão ser cortados em pequenos pedaços ou amassados.
NECESSIDADE DE AÇÃO PARA UMA MELHOR ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
Em todo o mundo é evidente a necessidade de melhorar as práticas de alimentação complementar. Podemos observar uma predominante cultura de oferecer alimentos, ou outros leites e líquidos, antes dos 06 meses de vida tanto nos países economicamente desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Além disso, nos países menos desenvolvidos, algumas partes da população também introduzem outros alimentos tardiamente. A alimentação complementar torna-se também inadequada quando pouca quantidade de alimento é oferecida, de forma não freqüente, com baixos valores nutricionais e de forma a não satisfazer as necessidades das crianças. Estimativas sugerem que melhorando as práticas de alimentação complementar no grupo entre 06 e 24 meses de idade, 06% das mortes em crianças até os cinco anos poderiam ser evitadas. Se houvesse uma melhora na alimentação complementar, além de mais ações para aumentar os índices de amamentação exclusiva e de prevenção na introdução de alimentos sólidos precocemente, quase 2.5 milhões de mortes de crianças (19%) poderiam ser evitadas, tal estratégia salvaria mais vidas do que as medidas contra a malária, vacinação e suplementação de vitamina A juntas.
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MELHORANDO AS PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO LOCAIS
Neste pequeno documento internacional, abordamos algumas orientações gerais para a transição da amamentação exclusiva para a alimentação com alimentos caseiros juntamente com a amamentação continuada. Os detalhes práticos sobre QUAIS comidas oferecer e COMO preparar alimentos caseiros ricos em nutrientes para bebês depois dos seis meses e crianças pequenas precisam estar em sintonia com as comunidades locais no que se refere às comidas específicas, refeições, modos de cozinhar e padrões de alimentação. A adaptação local das diretrizes da alimentação complementar se torna mais efetiva quando são realizadas pesquisas consultivas com as mães, pessoas que cuidam de crianças e outros informantes importantes para sabermos as dificuldades, restrições e oportunidades para melhorar as práticas alimentares (veja seção de recursos na página 6).
Quadro página 5
IDÉIAS PARA AÇÃO
Não podemos melhorar as práticas de alimentação infantil sem conhecer o que atualmente acontece e porque.
Descubra alguma diretriz nacional ou documentos sobre práticas de alimentação complementar.
Converse com mães, ou com as pessoas que cuidam dos bebês, sobre como elas alimentam e o porquê delas oferecem tais comidas (Os manuais na Lista de Recursos da página 6 tem exemplos úteis que questões).
Converse com algumas famílias nas quais a alimentação das crianças seja bem sucedida, pois isto pode dar idéias úteis sobre como outras famílias podem melhorar tais práticas.
Descubra onde as pessoas que cuidam das crianças conseguem informações sobre alimentação complementar. Avós e pais têm uma grande influência. Quem está freqüentemente alimentando a criança? Pode ser a empregada ou a babá. Isto ajudará a decidir qual a melhor maneira de dar novas informações.
Possíveis métodos podem incluir:
· Realizar uma reunião de avós para explicar algumas das novas idéias
· Fazer um spot de rádio ou TV com “Cinco passos para melhorar a dieta do seu filho/a”
· Escrever um artigo para o jornal local
· Fazer um cartaz para colocar na clínica local ou centro de saúde ou na associação de moradores
TESTE SUAS IDÉIAS PARA MELHORAR A ALIMENTAÇÃO INFANTIL – TESTE DO CONSUMIDOR
Se você tem sugestões para melhorar as práticas de alimentação infantil, pergunte primeiro às pessoas que cuidam das crianças para testá-las e checar se são práticas e apropriadas para seu público alvo.
RECEITAS, DEMONSTRAÇÕES, CLUBES DE BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENAS
Grupos de apoio para mães, ou clubes de bebês e crianças pequenas, podem ajudar a promover melhores práticas na comunidade. Talvez possam ajudar na elaboração de um livro de receitas para crianças pequenas ou dar demonstrações práticas de como preparar alimentos.
EM CONTATO COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Use cópias deste folder para discutir a alimentação complementar e amamentação continuada com a equipe de saúde local.
POSSÍVEIS TEMAS E IDÉIAS PARA DISCUTIR COM FAMÍLIAS E GRUPOS
Ofereça a seu/sua filho/a uma variedade de alimentos
Encoraje as pessoas que cuidam dos bebês para oferecer diferentes tipos de alimentos. Isto melhora a gama de nutrientes ingeridos pelas crianças.
Responda às demandas da criança
Encoraje as pessoas responsáveis pela alimentação infantil a responder às demandas das crianças oferecendo lanches entre as refeições. Isto não significa mimar a criança.
Adicione cores às refeições
Desencoraje as pessoas que cuidam das crianças a oferecer refeições que tenham apenas o alimento mais consumido pela família. Tais alimentos são freqüentemente pálidos. Para uma melhor compreensão, podemos recomendar a adição de elementos coloridos às refeições como carne, peixe, legumes, verduras ou frutas.
Confira quanto é realmente a criança está comendo
Não adianta preparar refeições nutritivas se as crianças não estão comendo. Sugira às pessoas que estão alimentando os bebês para realmente prestarem atenção em quanto está sendo ingerido. É importante também que as crianças tenham suas próprias porções (pratos).
Torne agradável a hora da refeição
Converse com as mães e pessoas que cuidam dos bebês incluindo avós, e pais e para explicar que a alimentação pode ser um tempo para ensinar e desenvolver as habilidades de comunicação. Nomes de comidas são geralmente as primeiras palavras que os bebês aprendem. Sugira canções e jogos para as horas das refeições para que estas se tornem momentos especiais ansiosamente esperados pelas crianças.
Tradução do Action Folder da WABA (World Alliance for Breastfeeding Action), por Juliana Florencio (Grupo ORIGEM).
Autor: WABA
Publicado originalmente em 5/8/2005