Aleitamento materno, um ato de amor
Pesquisa aponta que índice de amamentação cresceu no Estado
MARCELA BARROZO
“Como vou conseguir amamentar com esse bico rachado?”, “É difícil! Não tenho paciência”, “Acho que meu leite é fraco, parece água”, são algumas das questões que povoam a mente de mães de primeira viagem e até mesmo de quem já passou pela experiência mais de uma vez. No entanto, bastam algumas orientações para que todas essas dúvidas e crendices caiam por terra.
Com o tema “Amamentação: Participe e Apóie a Mulher”, teve início ontem a 17ª Campanha Mundial do Aleitamento Materno no Centro de Saúde Barral y Barral. Durante uma semana, estarão acontecendo eventos em favor desse ato que é uma prova de amor aos recém-nascidos.
“Em todo o mundo, simultaneamente, a campanha está sendo realizada para intensificar a conscientização de todos para a importância da amamentação. Cada ano é um tema diferente e este ano estamos enfatizando o apoio que a mulher deve ter. Estamos falando para homens, avós, vizinhos, toda a comunidade”, explica Marlene Campos, diretora do Barral y Barral.
Índices sobem – Uma pesquisa realizada pela Ufac em 2004 e coordenada por Gerlívia Maia, diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégias da Secretaria Estadual de Saúde, aponta que nos últimos anos vem aumentando o índice de aleitamento no Estado. Em 1999, 41,2% dos bebês se alimentavam exclusivamente do leite materno. Essa porcentagem subiu para 58,7% em 2004. Já em relação ao 4º mês de vida, 12,7% dos bebês continuavam mamando somente no peito em 1999. Cinco anos depois, com as campanhas, o índice subiu para 24%. Já no 6º mês de vida, a porcentagem de bebês que ainda se alimentavam do leite materno era de 4,8% em 1999, saltando para 13% em 2004.
“Mas ainda não é o bastante. Queremos ainda mais. Estudos comprovam que o aleitamento materno salva vidas. É mais impactante do que o próprio saneamento básico”, afirma Gerlívia, que a partir do próximo dia 9, irá coordenar nova pesquisa durante a campanha contra a poliomielite, com expectativa de que esses números sejam ainda mais satisfatórios. “E também para avaliar nossas ações e planejamento das políticas de aleitamento materno”.
Este é o único alimento de que um bebê precisa nos primeiros seis meses de vida. Para embutir ainda mais este conceito na mente de futuras mamães, a Prefeitura de Rio Branco, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, Gerência de Saúde Comunitária, Área Técnica de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, preparou uma série de palestras e seminários para preparar funcionários de hospitais e as próprias gestantes para este momento.
Programação – Na segunda-feira, 4, a partir das 8h, serão realizadas três palestras e uma mesa redonda no auditório do SEBRAE – Centro. Na terça, também no SEBRAE, o público será agraciado com as palestras “Amamentação: Participe e Apóie a Mulher” e “Amamentação na atenção básica de saúde”, ministradas por Marcus Renato de Carvalho, médico especialista em amamentação pelo Internacional Board Certified Lactation e editor do site www.aleitamento.com
Funcionários e usuários da Maternidade Bárbara Heliodora serão o público-alvo da palestra “A importância do apoio à mulher que está amamentando”, a ser realizada no dia 7 na própria Maternidade, a partir das 9h. Finalizando a semana, a partir das 9h do dia 8, 200 mães amamentarão, simultaneamente, seus bebês no estacionamento ao lado do TFD (Parque da Maternidade) para chamar a atenção ao que é considerado um verdadeiro ato de amor da mulher para com seu filho.
Benefícios do aleitamento materno
No início da mamada, o leite possui mais anticorpos e água. Tem-se a impressão de que ele é “aguado”, mas é este líquido que faz o bebê crescer, protegendo-o contra doenças e saciando a sede dele.
Já o leite do final da mamada é mais rico em gorduras, e por isso a criança deve mamar até esvaziar a mama, pois este último leite é o que mata a fome do bebê e o faz engordar.
O leite materno é rico em proteínas, gorduras e vitaminas, portanto, possui tudo de que o bebê precisa. Ele evita diarréia, alergia, tosse, dor de garganta, catarro, chiado, desnutrição, entre outros problemas.
Não é preciso dar água para o bebê nem em dias de maior calor, pois o leite materno tem toda água de que ele necessita.
Para as mamães mais vaidosas, é justamente a amamentação que facilita o retorno ao “corpo normal” após o parto, diminuindo ainda o sangramento do útero, que normalmente acontece.
Por fim, a amamentação é uma das poucas formas que a mãe tem para expressar todo o carinho e afeto que tem pelo bebê.