Como cuidar dos
prematuros
em casa
Quando eles recebem alta, é normal os pais ficarem apreensivos.
Confira dicas com os principais cuidados com o bebê que nasceu antes da hora
Por Malu Echeverria – atualizada em 26/02/2014 Revista Crescer
O bebê humano é um dos mais frágeis da natureza e inspira cuidados especiais ao nascer. Imagine, então, se ele chegar antes da hora. Não é à toa que o prematuro (ou seja, cujo parto aconteceu antes da 37ª semana de gestação) pode ficar dias, semanas ou até meses na maternidade antes de ir para casa. “O critério para a alta, nesse caso, não é apenas o peso da criança. Ela só costuma ser liberada se já está sugando e mamando bem, se a respiração estiver regular e se conseguir manter a própria temperatura”, afirma o pediatra Renato Procianoy, presidente do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O que, em geral, ocorre quando o bebê alcança em torno de 2 quilos – alguns um pouco antes, enquanto outros um pouco depois, segundo o especialista. Mas a tão esperada hora de deixar o hospital também pode trazer angústia e dúvidas aos pais:
como cuidar do prematuro sem ajuda?
Quando o bebê prematuro vai para casa
Em primeiro lugar, os pais e cuidadores devem seguir as indicações da equipe de saúde que atendeu o bebê durante a estadia na maternidade, já que cada criança pode necessitar de cuidado e medicação específicos. Mas isso não significa que seja preciso transformar o ambiente caseiro em uma UTI neonatal. Vale reforçar que, se ele recebeu alta hospitalar, afinal, suas condições de saúde estão estáveis. Para ajudar nesse período de adaptação, tanto para os pais quanto para o bebê prematuro, profissionais da Fundação Instituto de Enfermagem de Ribeirão Preto (Fierp) desenvolveram uma cartilha, com o aval do Ministério da Saúde. Veja algumas dicas do manual a seguir.
Visitas
Os pais não precisam ter vergonha em limitar o tempo e o número das visitas: como o bebê já está em casa agora, elas podem se revezar. A casa, aliás, tem de ficar bem arejada e, mesmo assim, é imprescindível evitar o contato com pessoas resfriadas ou gripadas. Solicite aos visitantes que lavem as mãos antes de pegar o bebê e que jamais fumem ali.
Amamentação
No início, os mais imaturos têm de ser alimentados por meio de uma sonda gástrica, uma vez que não conseguem coordenar os movimentos de sucção, deglutição e respiração ao mesmo tempo. Como o prematuro é mais sonolento, muitas vezes tem de ser acordado para mamar. Nesse caso, colocar a criança junto ao seio da mãe pode estimular o reflexo da procura. A princípio, se ele não conseguir sugar direito, o ideal é ordenhar o leite e oferecê-lo em um copinho (já que a mamadeira tende a prejudicar o aleitamento materno).
Sono
O bebê prematuro costuma dormir mais do que o nascido a termo e, por isso, a interação com os pais também é menor. Mas nada de desanimar! O jeito é se esforçar um pouco mais ao estimular a criança. Caso ela troque o dia pela noite, evite acender a luz ou fazer barulho durante as mamadas noturnas.
Engasgos
Pelo fato de ainda estar aprendendo a mamar e respirar ao mesmo tempo, o prematuro pode engasgar com frequência. Quando isso acontecer, vire a cabeça do bebê para a lateral, o que ajuda a drenar o leite para fora. Para evitar os engasgos, não tenha pressa em alimentar o seu filho, fazendo-o arrotar (no colo, em pé) a cada mamada.
Recomendamos:
“Cuidados com o bebê prematuro: orientações para a família”, de Luciana Fonseca e Carmen Scochi (Fierp)
Baixe aqui a cartilha completa – Link corrigido
http://www2.eerp.usp.br/site/grupos/gpecca/objetos/LivroPrematuro2012.pdf