O MÉTODO CANGURU E A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA
JUNTO À DÍADE MÃE-BEBÊ
Trabalho monográfico de conclusão do Curso de Fisioterapia (TCC), apresentado à UNIVERSIDADE CASTELO BRANDO como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Fisioterapia, sob a orientação da professora Rosa Donadello Maini
RESUMO
SOUZA, Amanda de
Através de uma revisão bibliográfica, o presente estudo questiona a função do fisioterapeuta no método canguru, relaciona a fisioterapia com o método canguru, analisa as vantagens do mesmo; pesquisa a importância do contato afetivo mãe-bebê para o desenvolvimento psico-motor, elucida a importância da atenção humanizada na UTI neonatal. Contudo, o fisioterapeuta enquanto profissional de saúde está inserido no contexto biopsicosocial, devendo ser praticante de todos os esforços no período neonatal no sentido de formar indivíduos socialmente integrados de maneira plena e promovendo acima de tudo a qualidade de vida. O método mãe canguru requer uma mudança comportamental, e o fisioterapeuta como o membro da equipe multidisciplinar que trata o paciente através do toque está habilitado a disseminar este afeto que salva vidas.
CONCLUSÃO
Atualmente, a fisioterapia vem ganhando espaço de destaque dentro da UTI neonatal. A indicação precisa e o tratamento precoce aliado ao critério e bom senso, trazem respostas altamente positivas.
Como atuante na equipe multiprofissional, o fisioterapeuta tem seu lugar no projeto mãe canguru: profilático e terapêutico.
O fisioterapeuta trata o paciente através do toque e pode utilizar o método canguru como recurso de sua terapêutica. Relacionando o aspecto cinético-funcional com o psico-emocional.
Porém, a participação do fisioterapeuta no projeto mãe canguru ainda é pequena logo, faz-se necessário que se realizem outras pesquisas relacionando o método canguru e a atuação da fisioterapia.
O método canguru requer uma mudança comportamental, é ter uma sensibilidade aguçada a ponto de perceber que o melhor lugar para o bebê é junto da mãe recebendo calor, aleitamento e afeto; e que a mesma não perde seu tempo em ficar em contato com seu filho 24 horas por dia, ela investe em saúde física e equilíbrio psicológico.
O contato afetivo mãe-bebê é tão importante quanto o alimento para o bebê, existem inúmeras reações físicas e psicológicas positivas que acontecem em ambos, quando esse contato é de qualidade satisfatória.
O uso de tecnologia avançada nas UTIs como incubadora, berços de calor radiante, equipamentos para assistência ventilatória, antibióticos de última geração. Contribui para uma melhora na expectativa de vida dos prematuros, porém observa-se a redução do espaço de convivência, a separação precoce, mãe-filho-família, maior tempo de internação, menor incidência de aleitamento materno. A humanização está inserida no contexto social e se dirige ao ser humano (bebê-mãe-pai) em sua inteireza.
Pois, o profissional de saúde que acompanha este ser, não é apenas um médico, não é somente um fisioterapeuta, não é exclusivamente uma enfermeira. Mas, deve manter unidas, ao mesmo tempo, todas estas competências e escutas. Trata-se de escutar cada integrante do método canguru do ponto de vista físico, mental e emocional na busca da qualidade de vida.
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Parabéns Amanda de Souza !
Prof. Marcus Renato de Carvalho