Enterobacter sakazakii
em fórmulas infantis em pó
e lactários de maternidade
Journal of Food Protection
Resumo:
Este é o primeiro estudo realizado no Brasil para avaliar a presença de Enterobacter sakazakii nas fórmulas infantis destinadas a crianças de 0 a 6 meses de idade e, também para examinar as condições de preparo dessas fórmulas infantis e serviços em três hospitais do Estado de São Paulo, Brasil.
Amostras de fórmula infantil em pó e reidratada, ambientes de lactários, água, mamadeiras e bicos, utensílios e mãos dos funcionários foram analisados e foram determinadas as populações de E. sakazakii e Enterobacteriaceae.
Todas as amostras de leite em pó para bebês adquiridas no comércio continham E sakazakii a <0,03 como o número mais provável (MPN-most probable number) a cada 100 gramas. Nas amostras hospitalares, E. sakazakii foi encontrada em uma lata ainda fechada de formula (0,3 MPN/100 g) e em resíduos de uma mamadeira no hospital A.
Todas as amostras de fórmula infantil compradas no varejo continham E. sakazakii em <0,03 número mais provável (MPN)/100g. Nas amostras hospitalares, a E. sakazakii foi também encontrado numa lata fechada (0.3 MPN/100 g) e nos resíduos de uma mamadeira no hospital A.
Todas as demais latas de fórmula do mesmo lote adquirido no varejo continham E. sakazakii em <0,03 MPN/100g. O patógeno também foi encontrado em uma esponja de limpeza no hospital B. As populações de Enterobacteriaceae variaram de 101 a 105 CFU/g nos utensílios de limpeza e <5 CFU/g em todos os tipos de fórmula (em pó ou reidratadas), exceto na amostra que continha E. sakazakii, que também estava contaminada com Enterobacteriaceae em 5 CFU/g.
Numa experiência em que formula reidratada foi usada como meio de crescimento, a temperatura foi a mesma da unidade de atendimento intensivo neonatal (25°C), e o período de incubação foi o tempo médio que a formula é deixada à temperatura ambiente enquanto os bebês são alimentados (até 4 horas), encontrou-se um aumento de 2-log nos níveis de E. sakazakii .
O exame visual das instalações revelou que as condições de higiene nos lactários precisavam de melhorias. O tempo que as fórmulas são deixadas à temperatura-ambiente nos diferentes hospitais, enquanto os bebês nas unidades de terapia intensiva são alimentados (até 4 horas) possibilita a multiplicação de E. sakazakii, podendo, então, levar a um aumento do risco à saúde dos bebês.
TRADUÇÃO: REGINA GARCEZ
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Enterobacter sakazakii in Dried Infant Formulas and Milk Kitchens of Maternity Wards in São Paulo, Brazil
http://www.ingentaconnect.com/content/iafp/jfp/2009/00000072/00000001/art00006
Source: Journal of Food Protection®, Volume 72, Number 1, January 2009 , pp. 37-42(6)
Abstract: This study was the first conducted in Brazil to evaluate the presence of Enterobacter sakazakii in milk-based powdered infant formula manufactured for infants 0 to 6 months of age and to examine the conditions of formula preparation and service in three hospitals in São Paulo State, Brazil. Samples of dried and rehydrated infant formula, environments of milk kitchens, water, bottles and nipples, utensils, and hands of personnel were analyzed, and E. sakazakii and Enterobacteriaceae populations were determined. All samples of powdered infant formula purchased at retail contained E. sakazakii at <0.03 most probable number (MPN)/100 g. In hospital samples, E. sakazakii was found in one unopened formula can (0.3 MPN/100 g) and in the residue from one nursing bottle from hospital A. All other cans of formula from the same lot bought at a retail store contained E. sakazakii at <0.03 MPN/100 g. The pathogen also was found in one cleaning sponge from hospital B. Enterobacteriaceae populations ranged from 101 to 105 CFU/g in cleaning aids and <5 CFU/g in all formula types (dry or rehydrated), except for the sample that contained E. sakazakii, which also was contaminated with Enterobacteriaceae at 5 CFU/g. E. sakazakii isolates were not genetically related. In an experiment in which rehydrated formula was used as the growth medium, the temperature was that of the neonatal intensive care unit (25°C), and the incubation time was the average time that formula is left at room temperature while feeding the babies (up to 4 h), a 2-log increase in levels of E. sakazakii was found in the formula. Visual inspection of the facilities revealed that the hygienic conditions in the milk kitchens needed improvement. The length of time that formula is left at room temperature in the different hospitals while the babies in the neonatal intensive care unit are being fed (up to 4 h) may allow for the multiplication of E. sakazakii and thus may lead to an increased health risk for infants.