No Brasil, cesarianas representam 34,5% dos partos
Bebês de cesariana têm mais risco de morte
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos indica que bebês nascidos por cesariana têm três vezes mais chances de morrer no primeiro mês de vida do que crianças nascidas em parto natural.
Segundo os autores do estudo, publicado na revista especializada Birth, a descoberta é fundamental em um momento em que mulheres do mundo inteiro optam pela cesariana.
No Brasil como um todo, de acordo com números do Ministério da Saúde de 2004, a taxa de cesarianas está em 34,5% dos 2,5 milhões de partos realizados.
Na rede de hospitais particulares, esse número sobe para 71,5%.
Os cientistas analisaram 5,7 milhões de nascimentos, inclusive de mulheres que não corriam riscos e que mesmo assim preferiam a cirurgia.
Fora do útero
Segundo os pesquisadores, o trabalho de parto natural ajuda a preparar o bebê para a vida foram do útero.
Além de ajudar a expelir líquido dos pulmões do bebê, o processo também promove a liberação de hormônios que melhoram o funcionamento pulmonar.
“O trabalho de parto é uma parte importante do nascimento porque deixa a criança pronta a respirar o ar e a desempenhar outras funções fora do útero”, disse Marian MacDorman, uma das autoras da pesquisa.
Mesmo depois de agrupar os bebês estudados segundo o estado de saúde e o status social da mãe, os pesquisadores descobriram que os nascidos por cesariana tinham o dobro de chances de morrer no primeiro mês de vida.
O estudo, no entanto, incluiu apenas bebês nascidos vivos. Os pesquisadores admitem que, se fossem contados casos de bebês nascidos mortos, o risco apresentado por partos normais estaria perto do das cesarianas.
As gestações analisadas no estudo tiveram duração variada entre 37 a 41 semanas.
Risco
Na Grã-Bretanha, a Academia Real de Ginecologia e Obstetrícia disse que as mulheres não devem se alarmar com a nova descoberta, mas precisam estar informadas.
“O risco absoluto ainda é muito pequeno”, afirmou James Walker, porta-voz da entidade e obstetra do Hospital Universitário de St. James, em Leeds. “Mas o estudo deveria deixar as pessoas atentas para o fato de que há prejuízos e benefícios em tudo.”
Já Belinda Phipps, no National Childbirth Trust, acredita que a pesquisa deve “ser levada muito a sério”.
Segundo ela, estudos anteriores já indicaram que bebês nascidos por cesariana têm mais chances de enfrentar problemas respiratórios.
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