TECNOLOGIA no APOIO ao ALEITAMENTO
São 104 unidades (junho de 2003) em todos os estados, prestando assistência gratuita à população, coletando, estocando e distribuindo cerca de 130 mil litros de leite humano por ano, controlando sua qualidade e promovendo a amamentação.
País de tantos recordes negativos, o Brasil pode se orgulhar, hoje, de contar com a maior rede de Bancos de Leite Materno do planeta, revela João Aprígio Guerra de Almeida, presidente da Rede Nacional de Bancos de Leite e chefe do Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira – IFF da Fundação Oswaldo Cruz – FioCruz, centro de referência nacional. Para chegar aos números atuais e à filosofia que hoje norteia a rede, Aprígio conta que o IFF, investiu muito nesse projeto, e precisou mudar o paradigma sobre o qual se trabalhava no passado.
– O primeiro Banco de Leite surgiu no país em 1943, no IFF e até 1985 a preocupação era somente ter leite humano e repassar para lactentes que dele necessitavam. Nada se fazia em termos de apoio ao aleitamento materno.
Com o financimento do Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, e participações de organismos internacionais como o UNICEF e a Fundação Kellog, a rede de bancos de leite cresceu de 10 unidades em 1985 para as 104 unidades atuais em apenas uma década. Só o IFF processa em média 200 litros de leite por mês, atendendo nesse período a cerda de 30 receptores.
Um considerável investimento no desenvolvimento de tecnologia levou o IFF a exportar conhecimento para outros países da America Latina, inclusive assessorando a implantação de bancos em alguns deles. “Temos convênio com a Venezuela e estamos prestando assessoria à Guatemala e em breve com o Uruguai e Colômbia”, diz João Aprígio. Ele destaca o grande progresso que a rede tem experimentado: – Hoje em dia temos um custo de implantação de US$ 8.500,00 por Banco de Leite. E tudo que precisamos é de 28 metros quadrados. Há uma década atrás gastávamos 10 vezes esse valor, e não tínhamos o controle e a segurança que temos hoje.
Importantes vitórias foram alcançadas também no âmbito político, com a aprovação na legislação brasileira da Lei 322/88, que impede a compra e venda de leite humano. E em julho de 1998 aconteceu o I Congresso Brasileiro de Bancos de Leite Humano, com a presença de mais de 700 participantes de todo o país.
ALGUNS BANCOS DE LEITE HUMANO DA REDE NACIONAL
Rio de Janeiro – RJ
IFF – Centro de Referência Nacional
Tel.: 553 9662 e 553 0052 r. 5102
São Paulo – SP
B L Leonor Mendes de Barros
Curitiba – PR
B L da Universidade de Londrina
Brasília – DF
Hospital Regional de Taquatinga
Porto Alegre – RS
B L da Santa Casa
Recife – PE
Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP)
Natal – RN
Maternidade Escola Januário Sicco
Fortaleza – CE
Maternidade Cesar Cals
Teresina – OI
Maternidade Dona Evangelina Rosa
São Luis – MA
Maternidade Marly Sarney
Belém – PA
B L da Santa Casa
Florianópolis – SC
B L da Maternidade Carmela Dutra
Vitória – ES
Hospital da Polícia Militar
Feira de Santana – BA
Hospital Clériston de Andrade
Belo Horizonte – MG
Maternidade Odete Valadares
COMO FUNCIONAM OS BANCOS DE LEITE ?
Apoio
Os bancos têm consultório de amamentação, onde toda pessoa que vivencie qualquer dúvida sobre amamentação receberá ajuda. Os bancos trabalham também atentendo e preparando gestantes para a amamentação, bem como prestando apoio no período pós-parto.
Doação de leite
Toda e qualquer mulher que esteja amamentando está apta a doar leite. É o leite que sobra, depois que o filho é amamentado, que é coletado. Alguns bancos têm sistema de coleta externa, a domicílio. Cada doação é tratada individualmente, porque o leite deve ser liberado para idades específicas, e não se pode juntar todo tipo de leite num só vasilhame.
Identificação e controle
O leite, quando chega, passa por rigoroso controle de qualidade. É identificado, selecionado/classificado, pasteurizado, reenvasado, congelado e liberado para o consumo, mediante prescrição médica ou de nutricionista. O leite pode ficar estocado, depois desse processo, por um prazo de 6 meses.
Quem usa
O leite estocado nos bancos têm endereço certo: cerca de 95% dos que se beneficiam dele são recém-nascidos com baixo peso ou prematuros, internados em UTIs neo-natais em todo o país.