Parto moderadamente prematuro leva a atraso no desenvolvimento
Em estudo publicado no Pediatric and Perinatal Epidemiology, de janeiro de 2002, pesquisadores demonstram que, ao contrário do que se pensava, parto prematuro por 2 a 4 semanas pode colocar a criança em risco para atraso no desenvolvimento.
O estudo, feito pelo National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) e o Health Resource Services Administration, foi realizado através da análise de dados de 4621 crianças nascidas de parto não gemelar. Os dados incluíam informações do parto e exames de desenvolvimento motor e social aos 3 meses de idade, dos 4 aos 6 meses, dos 7 aos 9 meses, dos 10 aos 12 meses, dos 13 aos 15 meses, dos 16 aos 18 meses, dos 19 aos 21 meses e dos 22 aos 47 meses de idade.
Os autores mostraram que crianças que eram prematuras por 1 a 4 semanas, ou seja, nascidas da 34a a 36a semana de gestação eram mais propensas a atraso no desenvolvimento em 1 ou 2 atividades relacionadas a categoria por idade (do nascimento até 47 meses de vida). Os médicos consideram uma criança a termo quando nascida com 37 semanas de gestação ou mais.
Os autores observaram ainda que as crianças nascidas a termo, porém moderadamente abaixo do peso para a sua idade também apresentavam atraso no desenvolvimento.
Foi observado que, embora este atraso não traga conseqüências ao longo prazo para uma criança, as mulheres grávidas e seus médicos devem considerá-lo para a decisão de indução do parto precocemente ou realização precoce de cesárea. No entanto, se a precocidade de indução do parto não puder ser evitada por condições que ofereçam perigo a saúde da mãe ou da criança, os pais devem ser orientados para a observação destas crianças e, procurar o pediatra caso note alguma anormalidade no desenvolvimento.
Os autores verificaram que os atrasos no desenvolvimento destas crianças foram muito pequenos, como não pegar pequenos objetos antes dos 3 meses de idade, não sentar antes dos 6 meses de idade ou não falar uma frase com 3 palavras antes dos 15 meses de idade. Foi notado que as crianças irão alcançar todos os estágios de desenvolvimento quando mais velhas e não terão maiores problemas ao longo prazo por causa deste atraso.
Os autores notaram que o aumento na indução precoce do parto e na realização da cesárea ocorre por complicações da gravidez como hipertensão induzida pela gravidez, diabetes gestacional e pré-eclampsia. De fato, o número de crianças nascidas moderadamente pré-termo após parto induzido quase dobrou, de 9,1% em 1989 para 17,1% em 1996.
Foi verificado ainda que ter mãe idosa, ser a criança mais nova da família, nascer numa família com baixo nível educacional são fatores de risco para atraso no desenvolvimento. Assim, uma combinação destes fatores, juntamente com prematuridade moderada, pode afetar o desenvolvimento desta criança.
No entanto, os autores observam que, em muitos casos, a indução do parto pode ser absolutamente necessária. Por exemplo, se o ultrassom mostrar que o feto está em falência de crescimento normal, a proposta mais segura para a mãe e a criança é a indução precoce do parto.
Os autores concluem que, em muitos casos, a decisão de induzir o parto precocemente pode ser difícil. Porém, se a criança nasce moderadamente prematura, ela deve ser intensamente observada para verificação de atrasos no desenvolvimento.
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Prof. Marcus Renato de Carvalho – www.aleitamento.com