Santa Casa faz treinamento sobre o “Método Canguru”
Foi aberto na manhã desta segunda (10), na Santa Casa do Pará, o curso de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso no “Método Canguru”. Participaram da abertura, representantes do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) e Santa Casa.
O treinamento está sendo feito por tutores do Ministério da Saúde e da própria maternidade. Serão capacitadas no curso equipes multiprofissionais de Unidades de Referência em Neonatologia do Estado do Pará.
Para a coordenadora de saúde da criança da Sespa, Ana Cristina Guzzo, a ampliação das unidades capacitadas para a implementação do método se integra a outras estratégias desenvolvidas pela Sespa para a redução da mortalidade infantil. “Atualmente temos desenvolvido várias ações em todo o estado e essa capacitação é uma das medidas que somam para melhorar a qualidade da assistência a saúde da criança.”, disse Guzzo.
O “Método Canguru” é uma prática do cuidado com o bebê prematuro (de baixo peso) de uma forma diferenciada, adotando um olhar para a promoção integral da saúde, considerando no cuidado a este bebê os seguintes aspectos: relação mãe-bebê, aspectos físicos, psíquicos, comportamentais, cognitivos e afetivos.
O método estimula o contato pele a pele entre a mãe e o bebê prematuro. A criança, vestindo apenas uma fralda, é colocada em contato com o corpo da mãe na posição vertical, durante o tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente. Para firmar a criança de uma maneira confortável contra o peito materno, é colocada uma faixa imitando a bolsa do animal.
Apesar de ter sido reconhecido apenas em 2000 pelo Ministério da Saúde, o método começou a ser praticado na Santa Casa ainda em 1997. Para Sandra Alves, pediatra da Santa Casa e uma das tutoras do método, a aproximação com o bebê não precisa ser apenas quando ele estiver na enfermaria. “O diferencial desse curso é que o Método Canguru poderá ser realizado pela primeira vez a partir da UTI, ajudando ainda mais na recuperação do recém-nascido”, explica Sandra.
Mãe de 4ª viagem, Maria Iracilda, 32, entrou em trabalho de parto no último dia 19 de abril. O seu filhinho nasceu com 7 meses de gestação e abaixo do peso, mas desde então recebe o novo tratamento na Santa Casa e ela já sente a diferença na saúde e na relação com o novo integrante da família. “Com certeza, sou bem mais próxima do meu filho por causa desse tratamento, e vejo de perto ele ganhando peso e melhorando”, diz Iracilda, que mora em Tailândia.
Quem também comemora é Dilceleuza Pereira de 24 anos. Ela que teve dois partos prematuros comemora os resultados de estar 24 horas com sua bebê, boa parte deles juntinho do peito. “Percebo como ela vem se recuperando rápido e espero que logo ela tenha o peso adequado para ir comigo pra casa.”
Segundo o Ministério da Saúde, além da mãe, o “Método Canguru” também pode ser praticado pelo pai da criança e por familiares. A técnica deve estar associada a condutas e tratamentos terapêuticos.