MINISTÉRIO DA SAÚDE IMPLEMENTA MÃE-CANGURU para HUMANIZAR ATENÇÃO NEONATAL
No mundo nascem anualmente 20 milhões de bebês prematuros e com baixo peso, dos quais um terço morre antes de completar um ano de vida. Para se ter uma idéia, nove em cada 10 recém-nascidos tem peso inferior a 1 kg ao nascer.
No Brasil, as infecções perinatais (problemas respiratórios, asfixia ao nascer e infecções perinatais mais comuns em crianças prematuras e de baixo peso) representam a primeira causa de mortalidade infantil. Além disso, muitos bebês que nascem antes do tempo (pré-termos) são acometidos de distúrbios metabólicos e dificuldades em alimentar-se e regular a temperatura.
Anteriormente, os recém-nascidos pré-termos eram mantidos durante vários dias nas incubadoras, até alcançarem 2 Kg de peso. A partir do método canguru, passam a ter contato direto com a mãe desde o momento em que apresentem condições clínicas. Com o desenvolvimento do recém-nascido e a partir de 1,250 kg, o contato pele a pele é iniciado e o bebê permanece junto à mãe, como se estivesse em uma bolsa semelhante a de um canguru.
“Método Canguru” é uma forma de contato pele a pele entre a mãe e o bebê prematuro. A criança, vestindo apenas uma fralda, é colocada em contato com o corpo da mãe na posição vertical, durante o tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente. Para firmar a criança de uma maneira confortável contra o peito materno, é colocada uma faixa imitando a bolsa do animal.
Embora o contato pele a pele com a mãe seja mais adequado, devido a aproximação com o peito materno, o método também deve ser praticado pelo pai da criança e por familiares. O método incentiva o aleitamento materno, como também o contato e a troca de afetividade entre pais e bebês. Além disso, diminui o risco das infecções hospitalares.
Todo o processo implica em humanização do atendimento, capacitação técnica da equipe de saúde no atendimento ao recém-nascido de baixo peso, tendência irreversível nas práticas médicas mais modernas, e sua adoção exige apenas informação e treinamento.
Qualidade de Vida no Método Canguru
O Método Canguru não substitui as condutas e/ou tratamentos terapêuticos, pois todo problema de saúde precisa de um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Este contribui no processo de recuperação da saúde e na melhoria da qualidade de vida do recém-nascido.
Em relação à segurança física, biológica e emocional do bebê prematuro, o método contribui com as seguintes vantagens: estimula um forte apego entre a mãe e o bebê; aumenta a produção de leite materno e beneficia a lactação e amamentação; ajuda no desenvolvimento físico e emocional do bebê; desperta na mãe o sentimento de laços afetivos; reduz o estresse e o choro do recém-nascido, estabiliza o batimento cardíaco, a oxigenação e temperatura do corpo do bebê; possibilita lembrar-lhe do som do coração materno, da voz da mãe, o que lhe transmite calma e serenidade; desenvolve na mãe a autoconfiança para cuidar do bebê; desenvolve nele sentimentos de segurança e tranqüilidade, importantes para sua independência futura; propicia a transferência de anticorpos maternos para o recém-nascido, por meio do colostro e do contato; diminui o risco de infecção cruzada e hospitalar; reduz o número de abandono de bebês prematuros em maternidades e o tempo de internação e contribui para o apego das famílias.
E, além de ajudar no processo de crescimento e desenvolvimento do bebê proporcionando uma melhor qualidade de assistência e vida saudável, o método é, acima de tudo, de caráter preventivo.