Haptonomia – A Ciência da Afetividade
Ali está ele. Minúsculo, frágil, ainda em formação, fechado num mundo turvo, aquecido e aparentemente isolado. Como que numa redoma, o feto parece alheio a tudo o que acontece no “outro planeta” lá de fora. Mas a verdade é que desde sua concepção, o bebê está recebendo vibrações e sensações vindas do corpo da mãe e também do ambiente que a cerca. Pela barriga materna passam a claridade, os sons, sensações sutis e até a pressão sofrida por roupas justas.
Assim, através da pele, o bebê tem condições de perceber os momentos de relacionamento da mãe, que tipo de emoções ela está passando, de que está se alimentando ou até o momento em que fuma!
É na gestação que os pais iniciam um relacionamento íntimo com o filho e a partir dele, plantam sementes de equilíbrio, inteligência emocional, segurança e até saúde. Nesse mundo de estímulos a participação deles é fundamental, e pode ser iniciada com a prática da Haptonomia.
Do grego Hapsis: o toque, o contato, mas também o afeto, a sensibilidade e Nomos: a regra, a ciência, a norma; é traduzida pelo seu criador, o holandês Drans Veldman, por “Ciência da Afetividade”.
Considerando que as pessoas de hoje não são “enfermos de contato” ou “enfermos sensoriais”, a Haptonomia se propõe a resgatar o contato físico como uma forma de tratamento para uma grande parte das doenças e, até uma forma de prevenção para a maioria delas.
Desconhecida no Brasil, a Haptonomia está crescendo na França onde Veldman tem muita influência no meio médico e vem formando terapeutas do mundo inteiro no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Haptonomia, na Holanda.
Em seu livro”O Tato”, Ashley Montagu afirma que o tato é o sentido mais primário de percepção do ser humano e a pele do feto (a ectoderme) capta todas as sensações que a atingem.
A prática da Haptonomia na Obstetrícia tem obtido resultados comprovados. O médico francês Etienne Herbinet, que se preocupa há muitos anos com o bem-estar do bebê dentro e fora do útero, descreve:
“Em Haptonomia, o terapeuta guia a mãe e o pai para que fiquem plenamente presentes em suas mãos e, para que a mão não se limite a tocar o corpo, mas que seja o lugar de encontro com o bebê que passa a responder as solicitações. Os pais descobrem um novo prazer de contato: a descoberta da criança como sujeito e essas experiências vividas a três são muito emocionantes.”
Stéphanie Sapin-Lignières
(Childbirth Educator and Labor Assistant)