Amamentação é indicada em caso de dengue
De acordo com médicos as mães com suspeita de dengue não devem parar amamentação
Denise Gomes
As mães acometidas pelo vírus da dengue que estão amamentando seus filhos devem continuar a amamentação normalmente. A recomendação é da médica infectologista e pediatra da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Magaly Soares de Lins, que garante não existir contra-indicação para o bebê.
Segundo a médica, a dúvida está sendo freqüente em nutrizes (mulheres que amamentam), quanto à possibilidade de transmissão do vírus. “Não há perigo de contaminação, uma vez que a dengue não passa pelo leite. A doença só é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti”, explica Magaly. “Caso a mulher esteja infectada pela dengue e tenha energia para amamentar, estará trazendo benefícios para a criança”, completa.
De acordo com a coordenadora do Banco de Leite Marly Sarney, Hélia Karla Agapito, a doença não impede o aleitamento materno. A orientação dela para as mães que amamentam é também a de não suspender a amamentação em caso de dengue. “Entendemos a preocupação das mães, mas pedimos que continuem amamentando os bebês. O aleitamento só deve ser suspenso se a nutriz estiver se sentindo mal, debilitada ou sem condições de amamentar”, enfatiza.
Cuidados com a rehidratação devem ser redobrados.
Incentivo à doação
Devido ao baixo número de doadoras de leite materno, o Banco de Leite Marly Sarney está intensificando a captação, já que atualmente conta com apenas três mães cadastradas e um estoque abaixo do necessário para a manutenção dos recém-nascidos prematuros de baixo peso que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) das maternidades.
“Nossa preocupação é fazer com que o bebê prematuro de alto risco possa receber o leite materno, que é a primeira vacina que ele toma, ajudando na prevenção de infecções, favorecendo o aumento de peso e desenvolvimento. Dessa forma, o recém-nascido pode retornar ao convívio com a mãe e a família com saúde, em um menor tempo possível”, destaca Hélia Karla.
A coordenadora faz um apelo às mães que tem excesso de leite de que façam a doação para o Banco de Leite, que é referência no Estado. “Estamos passando por um momento delicado com a falta de mulheres doadoras, inclusive precisando buscar leite nos bancos de leite de Itabaiana e Lagarto para atender os bebês da capital. Por isso, peço a colaboração das mães para que elas doem o leite, que significa vida para o bebê”, conclui.
O Banco de Leite funciona na Rua Recife, s/n, bairro José Conrado de Araújo, anexo à Maternidade Hildete Falcão, que atualmente está desativada para reforma. Informações e orientações podem ser obtidas através do disque-amamentação, pelos telefones (79) 3226-6337 ou 3226-6335.